Ex-mandatário é alvo de 34 acusações criminais de falsificação de registros comerciais em conexão com um pagamento secreto de US$ 130 mil a uma ex-atriz pornô
Depois de dizer que é perseguido como Jesus Cristo, o ex-presidente Donald Trump se comparou nesta quarta-feira (29) à Madre Teresa de Calcutá. Logo após os jurados iniciarem o primeiro dia de deliberação no processo criminal contra ele – algo inédito para um presidente americano – ele se comparou à santa. “Madre Teresa não daria conta de vencer essas acusações. São acusações falsas. A coisa toda é falsa”, disse. Depois de semanas de testemunhos espalhafatosos descrevendo sexo, acordos com tabloides e alegações de uma conspiração que se estendeu até o Salão Oval da Casa Branca, um grupo de 12 nova-iorquinos deve decidir agora se condenará Trump. Nesta quarta, os jurados deliberaram por mais de quatro horas e foram dispensados após solicitarem partes do depoimento de duas testemunhas. O processo criminal – um dos quatro contra Trump, e provavelmente o único que será julgado antes da eleição de novembro – expôs o que os promotores do gabinete do procurador distrital de Manhattan descreveram como uma fraude ao povo americano e uma subversão da democracia.
Trump é alvo de 34 acusações criminais de falsificação de registros comerciais em conexão com um pagamento secreto de US$ 130 mil a uma ex-atriz pornô, Stormy Daniels, na véspera da eleição de 2016. Seu antigo advogado e faz-tudo, Michael Cohen, fez o pagamento e foi reembolsado por Trump, que ocultou a natureza do reembolso, segundo os promotores. Se condenado, Trump pode enfrentar uma pena que varia de liberdade condicional a 4 anos de prisão, incluindo serviços comunitários. Pode levar dias até que se chegue a um veredicto. Se o júri não conseguir chegar a uma conclusão unânime, mesmo após novas solicitações do juiz, o caso poderá terminar em anulação do julgamento.
Em Nova York, falsificar registros é uma contravenção, a menos que os documentos tenham sido falsificados para esconder outro crime. O outro crime, dizem os promotores, foi a violação por parte de Trump da lei eleitoral estadual que proibia conspirar para ajudar uma campanha política usando “meios ilegais” – um crime que ele teria cometido durante sua campanha para presidente em 2016.
*Com informações do Estadão Conteúdo