Apesar da flexibilização nas regras da pandemia não serem garantia de crescimento, bancos e outras instituições financeiras já demonstram boas expectativas sobre as possibilidades que a questão abre
O fim da política de “covid zero” na China deve representar um crescimento mais forte na economia global neste ano, segundo economistas. Com o fim da medida, bancos começam a fazer suas projeções passando a considerar a possível expansão de uma das economias mais poderosas do mundo. Até então, instituições financeiras projetavam que o PIB da China cresceria entre 4% e 4,5% em 2023, mas agora a expectativa é de que o crescimento seja de 5% a 6%. Ainda assim, especialistas indicam cautela para saber se a expectativa realmente vai se concretizar neste ano. A China precisa de bens de consumo e matérias-primas para alimentar um mercado com mais de 1,5 bilhão de pessoas. Isso significa que, com o crescimento do país, é esperado uma alta em escala, dos chineses puxando outras nações, que se beneficiam com acordos bilaterais e econômicos com o país a partir do fornecimento de insumos básicos ou acabados, por exemplo. É o caso do Brasil, que tem a China como um dos seus principais parceiros comerciais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi, na semana passada, aos Estados Unidos para encontrar o presidente norte-americano, Joe Biden. Apesar do país ser rival comercial da China, Lula já planeja sua viagem ao país asiático para o próximo mês.
Segundo o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, um eventual crescimento maior da China deverá ser benéfico para a exportação de matérias-primas do Brasil. “Neste momento, a China mostra que pode haver um crescimento maior do que a gente imaginava. Isso porque ela mudou o sistema de tratamento da pandemia, deixando de ser confinado para ser mais aberto. Isso não é uma garantia de crescimento, mas uma possibilidade. Então, se, de fato, acontecer um aumento do crescimento da economia mundial, o Brasil seria beneficiado porque, teoricamente, haveria um aumento das exportações, principalmente de minério, petróleo e soja”, argumenta. A AEB ainda mantém a previsão de exportações para este ano em queda em relação a 2022, mas com saldo comercial positivo de US$ 72 bilhões, o que pode ser revisto nos próximos meses.
*Com informações do repórter Rodrigo Viga-JovemPan