PLAYA DEL CARMEN – Após chegar à península de Yucatán, no sul do México, o furacão Dean perdeu força por ter entrado no continente e agora é uma tormenta de categoria 3, de acordo com o último boletim divulgado pelo Centro Nacional de Furacões, dos EUA, nesta terça-feira.
O olho do furacão está em terra, sobre a península de Yucatán, a 60 km da cidade de Chetumal e a 220 km de Campeche. Os ventos da tormenta chegam a 205km/h.
O Dean deve cruzar a península nesta tarde e provocar enchentes nas cidades litorâneas. Ele se move na direção noroeste com uma velocidade de 32km/h e deve chegar a Campeche no fim da tarde de hoje. As regiões de Veracruz e Tampico também estão em alerta
A tempestade, que já matou 11 pessoas em sua passagem pelo Caribe, atingiu a costa perto do porto de Costa Maya, na região da fronteira com Belize.
Ao tocar a costa mexicana, o Dean era um furacão de categoria 5 na escala Saffir -Simpson, com ventos de até 265km/h.
O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos disse que esta é a primeira tempestade de categoria 5 a atingir a Bacia do Atlântico desde o furacão Andrew, em 1992.
Turistas se preparam
Os turistas concentraram-se em um hotel que serve de abrigo para 400 pessoas em Playa del Carmen, onde os ventos violentos balançaram as palmeiras. Alguns quartos estão abrigando até 12 pessoas.
“Podemos ficar dois ou três dias sem água e eletricidade”, disse a italiana Emanuela Beriola, 41 anos, que estocou carne enlatada, bebidas energéticas e atum.
No México, soldados e policiais patrulham a região turística para garantir o toque de recolher decretado pelo governo estadual.
Em 2005, a península Yucatán foi devastada pelo furacão Wilma, que atingiu Cancún e outras praias, matando sete pessoas e provocando US$ 2,6 bilhões em danos.
Em Belize, ex-colônia britânica de 250.000 habitantes, a tempestade levou chuvas fortes. Na Jamaica, onde o furacão passou no fim de semana, estradas estão bloqueadas por árvores caídas e postes de energia. Duas pessoas morreram, segundo a polícia.
Furacões de categoria 5 – a mais forte possível – são raros, mas quatro deles apareceram em 2005, incluindo o Katrina, que devastou Nova Orleans.
Alerta para a população
O governo do estado de Quintana Roo mantém um amplo operacional reforçado por tropas do Exército e soldados da Polícia Federal Preventiva, que patrulham as ruas. O governador Félix González Canto, alertou para o perigo e para a calmaria antes da chegada do furacão.
Ele pediu que a população se mantenha em suas casas. Além disso, anunciou que os soldados impedirão a presença nas ruas de qualquer pessoa que não faça parte das equipes de emergência.
As águas da baía de Chetumal deverão subir. Por isso, o governador pediu que habitantes das áreas baixas da procurem os abrigos instalados pelas autoridades.
Um hotel de Chetumal habilitou uma sala de imprensa para jornalistas locais, correspondentes e enviados especiais.
Jornalistas e turistas não sabem se os muros e janelas suportarão o ciclone, o mais forte a ameaçar o sul do Caribe mexicano em várias décadas.
González Canto, porém, insistiu que a região está “mais preparada do que nunca” para receber o fenômeno e superar suas conseqüências.
Mais de 50 mil turistas deixaram Cancun
Cerca de 55 mil turistas fugiram de Cancún no fim de semana. Na ilha de Cozumel, importante destino para mergulhadores, vitrines de lojas e restaurantes foram vedadas com madeiras, conforme os ventos vão ganhando força.
As últimas previsões feitas por computador indicam que o Dean vai cruzar a península do Yucatán, entrar na baía de Campeche e então atingir o centro do México. A costa sul dos EUA deve ser poupada.
Fechamento de poços petróleo
Devido à aproximação do furacão, a empresa estatal Petróleos Mexicanos (Pemex) anunciou o fechamento de 407 poços e a retirada de 13317 trabalhadores de inúmeras plataformas em Sonda de Campeche. Além disso, foi suspenso o embarque de petróleo bruto no porto de Dos Bocas.
Segundo a empresa, enquanto durar o fechamento dos poços, a produção de petróleo diminuirá em 2,65 milhões de barris ao dia, e a de gás natural, em 2,63 milhões de pés cúbicos diários.
Maior nível da escala
Furacões da categoria 5 são raros, mas em 2005 houve quatro deles, inclusive o Katrina, que devastou Nova Orleans. Alguns pesquisadores dizem que o aquecimento global pode contribuir com a intensificação dos furacões.