Sua vida foi um exemplo cristão de rainha, imperatriz e mãe, considerada como uma das maiores personalidades da Igreja.
A vida de Santa Adelaide
Santa Adelaide é também conhecida como Adelaide da Itália e Adelaide de Borgonha. A rainha nasceu em Borgonha, no ano de 931, e faleceu em Selz, na Alsácia, em 16 de dezembro de 999, tendo sido imperatriz consorte durante um período do Sacro Império Romano Germânico e rainha consorte da Germânia.
A santa é lembrada por ter fundado de inúmeras casas religiosas e pela conversão de centenas de pagão durante sua vida cristã.
Filha do rei Rodolfo II da Borgonha e de Berta da Suábia, aos 15 anos Adelaide se casou com o rei Lotário II da Itália, lembrando que, nessa época, a Itália era uma península dividida em diversos reinos, com reis nas principais cidades.
Três anos após o casamento, Adelaide ficou viúva, obtendo o título de rainha da Itália. Em razão de interesses políticos, acabou sendo perseguida e aprisionada pelo Duque Berengário e sua esposa Wila, sendo levada à prisão e passando por diversas situações indignas de sua posição social, sempre aceitando tudo com resignação e fé em sua religião.
Na prisão obteve uma preciosa ajuda de um capelão de nome Martinho, através do qual consegue escapar e, escoltada por um marquês, refugiou-se no castelo do Duque de Canossa, Alberto Uzzo.
Enquanto se mantinha hóspede do Duque de Canossa, o imperador Otão I, um dos homens mais poderosos da época, invadiu a Itália e conseguiu dominar o reino da Itália, afugentando Berengário e seus seguidores.
Para manter seu domínio sobre o reino, dirigiu-se a Canossa, pedindo a mão de Adelaide em casamento. As bodas foram realizadas no Natal de 951, levando novamente Adelaide à sua condição imperial, onde, além do casamento mantido em clima de tranquilidade, pôde continuar com suas obras de caridade, atendendo os menos favorecidos do reino.
Adelaide ficou viúva mais uma vez, sendo elevada à categoria de regente até que seu filho, Otão II, chegasse à maioridade. O filho tornou-se o novo imperador, que se casou com uma princesa grega de nome Teofânia Escleraina, que também hostilizava Adelaide.
O imperador Otão II também acabou falecendo, obrigando Adelaide a novamente abandonar a corte. No entanto, Teofânia também falece e Adelaide retorna para se tornar regente, agora em nome de seu neto, Otão III, com o cargo de regente e coordenando as atividades políticas e religiosas do reino.
Adelaide regia a partir do princípio de que a felicidade e a prosperidade do reino dependiam das bênçãos divina e sempre buscava implantar na mentalidade de seu povo o temor a Deus e o respeito aos princípios da fé cristão, obedecendo fielmente os costumes e usos ensinados pela Igreja.
Depois da morte de seu segundo marido e ainda como regente, voltou-se cada vez mais para os interesses missionários, construindo diversos mosteiros e igrejas.
Ao final de sua vida, recolheu-se ao mosteiro beneditino de Selz, que tinha sido criado por ela, passando os anos que lhe restavam em recolhimento. Foi ali mesmo que faleceu, em 16 de dezembro de 999, sendo canonizada em 1097.
A Igreja Católica a considera uma das grandes mulheres da história do mundo no primeiro milênio, sendo um exemplo cristão de princesa, rainha e mãe, tomando sua vida como um exemplo para mães de família.
Santo Odilão de Cluny escreveu sua biografia, destacando o fato de que Adelaide, no seio de sua família, mostrava sempre amabilidade, sendo cuidadosa no trata com as pessoas, mostrando-se uma figura de alta fidalguia, com prudência e reserva.
Considerada mãe dos pobres, Adelaide protegia as instituições eclesiásticas e religiosas, sendo boa e humilde com quem também era bom, mas sendo severa no castigo aos maus. Sua paciência durante as adversidades exprimia seu caráter de pessoa de fé e, mesmo quando ocupando o trono, não se deixou levar pelo poder, mantendo as mesmas virtudes dos momentos cruéis.
Considerada uma personalidade que nunca se deixou levar pelo desânimo ou pelo desespero, Adelaide não demonstrava desejo pelos bens terrenos, mantendo sempre sua humildade e sua honra, baseando-se sempre nos princípios da fé cristã.