O governo brasileiro reagiu hoje (17) à aprovação de uma moção dos deputados dos Estados Unidos pela criação de uma força-tarefa antiterror no hemisfério ocidental, especialmente na Tríplice Fronteira: Brasil, Argentina e Paraguai. O projeto ainda depende de aprovação do senado norte-americano, mas já gerou repercussão da diplomacia brasileira.
O Ministério das Relações Exteriores informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que não existem indícios de terrorismo na região. De acordo com o Itamaraty, em dezembro do ano passado, Brasil, Argentina e Paraguai se reuniram com os Estados Unidos e produziram comunicado conjunto afirmando que não foram detectadas atividades ligadas ao terror.
No início deste ano, no entanto, o governo norte-americano disse ter “informações consideráveis” sobre o financiamento de atividades terroristas na região, ao divulgar o relatório anual sobre produção e tráfico de drogas.
“Não posso entrar em detalhes, mas temos confiança nas nossas informações”, declarou na ocasião a agências internacionais de informação a subsecretária de Estado para a divisão internacional de narcóticos e fiscalização, Anne Patterson.
A moção prevê também que os países integrantes da Organização dos Estados Americanos (OEA), como o Brasil, reconheçam o Hizbollah e o Hamas como organizações terroristas. A autora é a deputada republicana Ileana Ros-Lehtinen, uma refugiada do regime de Fidel Castro que representa o sul da Flórida no Congresso.
Em discurso, ela afirmou que o ex-líder da Al Qaeda no Iraque, Abu Musab al Zarqawi, morto em junho, teria orientado integrantes do grupo a usar o Brasil para chegar aos Estados Unidos.
A.B