As Bolsas de Valores na Europa e na Ásia mostram recuperação nesta segunda-feira, após os abalos sofridos na semana passada, com os temores sobre a situação de crise no mercado de hipotecas no segmento “subprime” (que reúne clientes com histórico de problemas com crédito).
Às 8h48 (em Brasília), a Bolsa de Londres subia 2,12%, indo para 6.166,10 pontos; a Bolsa de Paris tinha alta de 1,33%, indo para 5.521,30 pontos; a Bolsa de Frankfurt registrava alta de 0,92%, indo para 7.411,08 pontos; e a Bolsa de Milão tinha alta de 0,62%, subindo para 30.608 pontos.
O BCE (Banco Central Europeu) anunciou hoje a liberação de US$ 65 bilhões (47,66 bilhões de euros) no sistema monetário da zona do euro para reforçar o sistema bancário e evitar uma crise de liquidez nos bancos da região, caso o temor quanto à crise no mercado de crédito de risco dos EUA provoque uma corrida aos bancos para retirada de dinheiro.
Na quinta-feira (9), o banco liberou cerca de US$ 130 bilhões e, na sexta-feira (10), outros US$ 83 bilhões. A ação do BCE teve início depois que o banco francês BNP Paribas anunciou, na quinta, que uma de suas divisões –BNP Paribas Investment Partners– congelou cerca de 2 bilhões de euros (cerca de US$ 2,73 bilhões) em fundos, citando as preocupações sobre o segmento “subprime”.
Hoje, o otimismo também auxiliou as principais Bolsas asiáticas. A Bolsa de Tóquio fechou em alta de 0,2%, com 16.800,05 pontos no índice Nikkei 225. A Bolsa de Hong Kong encerrou o dia em alta de 0,45%, com 21.891,10 pontos no índice Hang Seng. A Bolsa de Seul (Coréia do Sul) fechou em alta de 1,1%, e fechou com 1.849,26 pontos. A Bolsa de Xangai fechou em alta de 1,49%, com 4.820,06 pontos no índice Shanghai Composite.
O Banco do Japão (banco central do país) também fez nova liberação de fundos hoje –US$ 5 bilhões– com o mesmo fim. Na semana passada, o banco já havia liberado US$ 8,5 bilhões, em ação efetuada também pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) –que, só na sexta-feira, liberou US$ 38 bilhões para reforçar a liquidez dos bancos no país.
Apesar do ligeiro ganho nas Bolsas, a tensão permanece. “Seria ingenuidade achar que o pior já passou”, disse à agência de notícias Associated Press o analista-chefe de mercado da CMC Markets, David Jones. “Não seria uma surpresa ver o mercado em Londres testar a barreira dos 6.000 pontos nesta semana.”
A tensão atual no mercado financeiro mundial teve início na semana passada, depois que o banco francês BNP Paribas anunciou que uma de suas divisões –BNP Paribas Investment Partners– congelou cerca de 2 bilhões de euros (cerca de US$ 2,73 bilhões) em fundos, citando as preocupações sobre o setor de crédito “subprime”.
“A situação é tal que não é mais possível avaliar com precisão os ativos do ABS nos EUA nos três fundos mencionados”, e com isso “não é possível calcular um valor líquido de ativos confiável para os fundos”, diz o comunicado do BNP.
Os fundos suspensos foram o Parvest Dynamic ABS, o BNP Paribas ABS Euribor e o BNP Paribas ABS Eonia.
A inadimplência nos créditos no segmento “subprime” –principalmente no caso do mercado de hipotecas– vem registrando aumentos nos últimos meses nos EUA, abalando mercados financeiros no mundo todo. A preocupação atual é que o efeito da incerteza causada por esse segmento do mercado de crédito atinja outros setores da economia.
O Federal Reserve (Fed, o BC americano) e os bancos centrais do Japão e da Austrália também já seguiram os passos do BCE e liberaram recursos para garantir que os bancos nacionais não tenham de enfrentar problemas de liquidez, no caso de uma corrida dos clientes aos bancos para retirarem seu dinheiro.
FO