O ministro Nelson Jobim (Defesa) pretende definir no início desta semana a permanência ou não do presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, no cargo. Jobim se reuniu ontem à noite com Rossano Maranhão, ex-presidente do Banco do Brasil, cotado para substituir o brigadeiro no comando da estatal que administra os aeroportos.
Pereira, por sua vez, evita falar em sua possível demissão –mas confirmou na manhã de hoje que pretende conversar com Jobim ainda nesta segunda-feira para discutir eventuais mudanças na Infraero.
Ao chegar para reunião do Conac (Conselho de Aviação Civil) no Ministério da Defesa, o brigadeiro disse que ainda não recebeu nenhuma informação sobre sua permanência na estatal. “Não sei de nada, não tive nenhum contato ou informação”, disse.
Além de Maranhão, Jobim se reuniu neste domingo com o presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Milton Zuanazzi. O ministro pediu a Zuanazzi que organizasse um encontro dele com os demais diretores da agência, ainda nesta semana, para que ele se apresente e se informe sobre projetos e planos futuros. Na manhã de hoje, Jobim conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre mudanças na administração da crise aérea.
Como os diretores da Anac não podem ser demitidos e seus mandatos terminam em 2011, a pressão do Planalto e de Jobim poderia resultar em uma renúncia coletiva –que poderia ser efetivada ainda esta semana.
Conac
Jobim comanda hoje a sua primeira reunião do Conac, no Ministério da Defesa. O conselho é um órgão de assessoria do presidente da República, formado por ministros de seis pastas, entre elas a da Fazenda, Turismo e Relações Exteriores. Participam também Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Infraero, Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) e Depac (Departamento de Políticas de Aviação Civil).
A expectativa é que, durante a reunião do Conac, a Infraero apresente um plano para que os aeroportos de Cumbica (Guarulhos) e de Viracopos (Campinas) absorvam em torno de 5,5 milhões de passageiros que serão retirados por ano de Congonhas.
Além da viabilidade do novo aeroporto, a intenção é bater o martelo a favor de obras para ligar Guarulhos ao centro paulistano por trem, em parceria com o governo paulista.
A pauta prevê, ainda, que o diretor-geral do Decea, brigadeiro Ramon Borges Cardoso, apresente três alternativas para transferir em torno de 30% dos vôos de Congonhas para os dois outros principais aeroportos do Estado.
Fonte: Folha Online