Camargo é um dos técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) que está acompanhando as investigações em Washington sobre o pior acidente aéreo da história brasileira.
A colisão, ocorrida na última terça-feira, deixou quase 200 mortos quando o avião, vindo de Porto Alegre, não conseguiu pousar na pista molhada do aeroporto de Congonhas.
“Eu estou tentando ver se consigo terminar isso até esta quinta, sexta-feira”, disse Camargo a jornalistas na porta do National Transportation Safety Board (NTSB), lugar onde está sendo realizado o processo técnico de extração de dados.
“Nós vamos poder ir embora quando tivermos uma tranquilidade para dizer que a gente não vai mais precisar do trabalho da engenharia do NTSB”, acrescentou.
Camargo explicou que o NTSB não faz trabalho de análise dos dados das caixas pretas, os técnicos somente extraem os dados e verificam se eles são confiáveis.
Nesta terça-feira, os técnicos começarão a extrair a transcrição da voz dos pilotos dos vôos, que está na caixa-preta que chegou na segunda-feira ao NTSB, disse Camargo.
Quando voltarem ao Brasil, os técnicos da Aeronáutica cruzarão essa transcrição com as informações do vôo que estão na outra caixa-preta, a de dados, como altura e velocidade, explicou.
As transcrições serão feitas em inglês para que, depois de terminada a análise da Aeronáutica brasileira, um relatório seja distribuído para o governo brasileiro, funcionários da TAM, da Airbus e da empresa norte-americana Pratt & Whitney, que forneceu os motores da aeronave.
As conclusões finais da investigação podem durar meses.
O coronel também pediu aos dois deputados da CPI da Crise Aérea que estão em visita em Washington que alterem a legislação brasileira para garantir a confidencialidade para as testemunhas que forneçam dados ao Cenipa.
Camargo disse que a mudança poderia ajudar as testemunhas de acidentes aéreos a colaborar mais com as investigações do organismo e que, consequentemente, isso ajudaria a evitar acidentes.
Na segunda-feira, informações preliminares divulgadas pelos deputados Marco Maia (PT-RS) e Efraim Filho (DEM-PB) sobre as investigações geraram confusão na mídia brasileira, pois davam a entender que as primeiras hipóteses levantadas para explicar o acidente já eram conclusões retiradas dos dados das caixas-pretas.
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