Por enquanto, não há garantia de correção da tabela, congelada para sete anos e com defasagem de 130% desde 1986
A partir das 9 horas, o lote residual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (DIRPF) de janeiro de 2022 estará disponível para consultas. Esse lote contempla também restituições residuais de exercícios anteriores. O crédito para 240 mil contribuintes será realizado no dia 31 de janeiro. São mais de R$ 281 milhões. A prioridade no recebimento são os idosos acima de 80 anos, cerca de 28 mil pessoas. Para consultar o lote residual, o contribuinte deve acessar a página da Receita Federal na internet, clicar em “meu imposto de renda” e, em seguida, em “consultar a restituição”. Se identificar alguma pendência na declaração, pode retificá-la corrigindo as informações erradas. O calendário do imposto de renda deste ano ainda não saiu.
Por enquanto, também não há garantia de correção da tabela, congelada para sete anos e com defasagem de 130% desde 1986, como ressalta o presidente da Associação Nacional dos Auditores da Receita, Mauro Silva. “Na ausência dessa correção, pessoas que ganham, por exemplo, R$ 6.000 por mês perderão durante o ano de 2022 o equivalente a um salário. Há uma enorme quantidade de pessoas que pedem. Mais de 15 milhões de pessoas deveriam estar isento do imposto de renda em 2022 e pagarão impostos”, apontou Silva.
Mesmo com a pressão do Congresso por uma mudança no imposto de renda e a sinalização do governo de que ele poderia revisar a tabela por medida provisória, o presidente da Unafisco, Mauro Silva, não acredita em uma correção que realmente atenda a classe média, a mais afetada pela defasagem. “Então, em 2022, nós teremos cobrado das pessoas de maneira injusta mais de R$ 48 bilhões cobrados das famílias”, afirmou. Com o retorno do recesso na semana que vem, o Senado pode votar um projeto do senador Ângelo Coronel que eleva a faixa de isenção do imposto de pessoa renda física de R$ 1.903 para R$ 3.300. O valor é acima do que foi proposto pelo governo no ano passado, de R$ 2.500, mas que não foi aprovado pelo Congresso.
*Com informações do repórter Daniel Lian-JovemPan