O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse hoje à Agência Estado que o requerimento apresentado pelo senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) para que seja instalada uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar irregularidades no Orçamento é “muito vago” e, por isso, difícil de ser levado adiante pelo Congresso Nacional.
“Tem de ter fato determinado. Vai fazer CPI para investigar o quê?”, questionou Bernardo. Segundo ele, o Congresso tem direito de fazer CPIs, e o governo já mostrou que não fica paralisado por conta delas. Mas o ministro defendeu a gestão do Orçamento realizada pelo governo. “Os investimentos que o governo faz são registrados contabilmente e, até onde eu sei, não há nenhuma contestação, nossas contas são completamente colocadas à disposição, tanto no site do governo como nos sites que trabalham de maneira independente”, afirmou.
Questionado sobre as análises que apontam que o governo teria elevado a contabilização de investimentos por meio de liquidação de obras não realizadas, Bernardo afirmou que, se essa liquidação sem efetivação da obra de fato ocorresse, isso seria muito grave. “A liquidação é a entrega do serviço ou a execução da obra e do serviço. Alguém liquidar uma coisa que não foi feita seria muito grave” afirmou.