Célio Alves foi preso na manhã deste sábado, na fronteira do Brasil com a Bolívia, entre as regiões conhecidas como Avião Caído e Roça Velha. Ele reagiu à prisão e foi baleado. Um policial militar que participava da operação também foi ferido, mas passa bem. A operação contou com o apoio de policiais do Grupo Especial de Segurança da Fronteira (Gefron).
Três promotores e 27 policiais militares participaram da operação que resultou na prisão do ex-soldado Célio Alves de Souza. Os promotores Célio Wilson de Oliveira, Mauro Zaque e Joelson de Campos ficaram à espreita na mata durante quatro dias para prender o ex-soldado. “Ele [Célio Alves] estava pronto para fugir. Se não fosse hoje [a prisão], não seria mais”, revelou Mauro Zaque.
O fugitivo se escondia em uma fazenda na Bolívia, distante quatro quilômetros da fronteira com o Brasil. Os policiais e promotores aguardaram em uma estrada vicinal para prender Célio. Eles tinham conhecimento, devido ao serviço de inteligência do Gaeco, que Célio atravessaria a fronteira esta semana.
Ainda segundo o Gaeco, Célio morava há cerca de cinco meses na Bolívia. A família dele, que estava sendo monitorada, passou algum tempo morando com o foragido naquela área de fronteira. Recentemente, a família de Célio se mudou. Por isso, os promotores do Gaeco desconfiaram que o ex-soldado também iria mudar de esconderijo em breve.
Aparência física
Célio Alves estava fisicamente diferente quando foi preso. Usualmente com cabelos curtos, o ex-soldado agora ostentava cabelos mais compridos. Ele também não estava mais usando óculos e fisicamente estava mais magro.
A prisão aconteceu por volta de 6h30, no momento em que ele passava por uma “cabriteira”, como são conhecidas as diversas estradas vicinais que atravessam a fronteira. “Ficamos desde quarta à espreita, em diversos pontos de interceptação”, disse Mauro Zaque. “Ele vinha a pé pela cabriteira e atirou quando foi dada a voz de prisão”, completou o coronel Zaqueu Siqueira. Segundo ele, Célio sacou uma espingarda calibre 12 e atirou, ferindo o capitão PM Lesco.
Os PMs revidaram e atingiram Célio Alves na região do quadril. Ferido, ele não teve como fugir e foi preso. Em seguida, o ex-soldado foi levado para um hospital em Cáceres onde recebeu atendimento médico. Mais tarde, em um comboio, foi trazido para Cuiabá e internado no Hospital Universitário Júlio Müller (foto). Assim que receber alta, Célio Alves retornará ao presídio Pascoal Ramos, mesmo local de onde ele fugiu há quase dois anos.
Documento falso e US$ 1.800
O ex-soldado usava nome falso para despistar a polícia. Em entrevista ao RMT Online, o promotor Mauro Zaque disse que no momento da prisão Célio Alves estava com uma carteira com um documento falso. “Ele estava com um documento de identidade falso com o nome de Valter Alves”, revelou. No momento da prisão, Célio Alves estava com aproximadamente US$ 1.800.
O promotor Mauro Zaque, do Gaeco, disse que Célio Alves deve ter recebido apoio de narcotraficantes na região da Bolívia para escapar da polícia. “Um traficante conhecido como Zé Lambada é quem teria dado apoio a Célio”, frisou. Ele revelou também que Célio costumava freqüentar bares e boates em San Mathias, na Bolívia, confiando na impunidade.
Condenação
O ex-soldado foi condenado a 73 anos de prisão por vários crimes. O caso de mais repercussão foi o assassinato do empresário Domingos Sávio Brandão. Célio Alves foi acusado de ter seguido o empresário e indicado a posição de Sávio para que o ex-cabo Hércules Araújo Agostinho pudesse executá-lo. O caso foi exibido no programa Linha Direta, da Rede Globo.
Rmt