O senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) vai aproveitar o período entre o envio da representação do PSOL ao Conselho de Ética do Senado e a sua notificação para decidir se vai renunciar ao mandato. O regimento do Senado prevê o prazo de cinco sessões para que Roriz seja notificado pelo conselho depois da Mesa Diretora da Casa decidir encaminhar o processo por quebra de decoro parlamentar ao Conselho –decisão tomada hoje.
Até lá, o senador tem a prerrogativa de definir se enfrentará um processo por quebra de decoro –que pode levar, no limite, à cassação– ou se vai abrir mão do mandato.
O senador chegou a fazer um apelo à Mesa Diretora do Senado nesta manhã para que não enviasse o processo ao conselho. Mas diante da disposição dos integrantes da Mesa de encaminharem o processo, a estratégia do peemedebista foi ganhar tempo para analisar seu destino e tentar sensibilizar os colegas.
Durante a reunião, os senadores Gerson Camata (PMDB-ES) e Papaléo Paes (PSDB-AP) disseram ter explicado ao peemedebista que a Mesa não decide sobre o mérito das denúncias –mas apenas se a representação do PSOL deve ser encaminhada ao conselho.
“Eu entendo que o senador Roriz não conhecia muito bem a função da Mesa nesse caso. Não tomamos a decisão em cima dos argumentos dele, mas se a representação preenchia requisitos do regimento do Senado para ser encaminhada ao Conselho de Ética”, disse Papaléo.
Camata disse que a Mesa nem chegou a discutir o mérito das denúncias contra o senador. “Não discutimos o mérito, apenas avaliamos qual a tramitação a ser dada”, explicou.
Apesar de não discutir o teor das denúncias, Roriz fez questão de apresentar defesa para tentar convencer os senadores de sua inocência.