Apesar de bons resultados, treinador ainda não ‘se encontrou’ no novo clube, que decide vaga na final da Libertadores nesta quarta
O Flamengo entra com força máxima para enfrentar o Barcelona, no jogo de volta da semifinal da Libertadores, independentemente da vantagem aberta com a vitória no Maracanã. E é assim que tem de ser. O empate do fim de semana contra o América-MG foi um alerta. E, espera-se, Renato tenha entendido o recado que veio do grito do torcedor: a tática adotada no sul, onde o Grêmio praticamente abriu mão do Brasileirão por alguns anos para disputar a Liberta ou Copa do Brasil, definitivamente não tem lugar no Rubro-Negro. O torcedor quer vencer, sim. Mas quer vencer tudo
Tudo bem que nem se compara o elenco do Flamengo com o que o técnico tinha no Grêmio. Em tese, remanejar jogadores, escalar times mistos ou alternativos, seja lá que nome queiram, é muito mais fácil a partir do Ninho do Urubu do que da Arena gremista. Mateuzinho, Léo Pereira, Renê, Thiago Maia, Vitinho, Michael, Pedro, só para citar alguns, certamente seriam titulares, ou quase isso, em qualquer dos times que por cinco anos Renato dirigiu no Grêmio. Seria bem mais fácil para ele se estivessem por lá.
Mas, no Fla, são reservas. Ótimos reservas, mas reservas. E Renato precisa resistir a tentações.
Entre tantas outras, uma razão que fez Jorge Jesus conquistar a torcida do Flamengo, mesmo antes das conquistas daquele 2019 histórico, foi sua filosofia de trabalho em que não havia espaço para poupar jogadores. Muito ao contrário, Libertadores, Copa do Brasil e Brasileirão receberam por todo o tempo a mesma importância, o mesmo peso. E foi isso que colocou naquele time um espírito vencedor, uma garra e um entrega que se via nos 90 minutos de jogo, mesmo em jogos em que a vitória já estava assegurada bem antes do fim.
Não que uma ou outra peça não fosse poupada vez ou outra no time de Jesus. Mas tudo era visto caso a caso, com base na avaliação de médicos, fisioterapeutas e fisiologistas que poucas vezes trabalharam com tanta integração no futebol brasileiro. Sempre em benefício do todo. O que definitivamente não havia com o português era a deliberada decisão de poupar todo mundo de uma vez só como se via no Grêmio de Portaluppi e se viu no Flamengo do Gaúcho.
O início de Renato no Flamengo, mais do que promissor, foi sensacional. Em 18 jogos, duas derrotas, dois empates e 14 vitórias, a maioria delas por placares elásticos. Uma numeralha que não é para qualquer um. E que entusiasmou a galera. Mas, ganhou um crédito, o treinador está longe de ter conquistado um cheque em branco. E decisões equivocadas, fiascos como os do jogo com o América-MG serão cobrados com juros. Que ninguém se iluda.
EspR7