Turistas devem apresentar um teste PCR negativo feito até 72 horas antes do embarque e estar com o visto regularizado
O governo dos Estados Unidos informou, na última segunda-feira (20), que suspenderá, a partir de novembro, as restrições de viagens a turistas estrangeiros, inclusive brasileiros, que estejam completamente vacinados contra a Covid-19.
Segundo Roberto Sphigel, consultor especializado em imigração do Morar-EUA, agência especializada em serviços de imigração do Brasil, o texto final ainda não foi concluído e deve ser liberado nos próximos dias, junto com o anúncio oficial da Casa Branca.
O consultor explica que ainda não se sabe exatamente em que consistiria estar “totalmente vacinado”, uma vez que alguns países começaram a aplicar a terceira dose da vacina e Israel, por exemplo, já estuda a possibilidade de administrar até mesmo uma quarta dose de reforço a seus cidadãos.
O que é certo, no entanto, é que pessoas com o esquema de vacinação completo que apresentarem um teste PCR negativo feito até 72 horas antes do embarque poderão embarcar como turistas rumo aos EUA.
“Outra questão que ainda não está totalmente definida é quais vacinas serão aceitas pelos Estados Unidos em um primeiro momento — o imunizante da Pfizer, empresa americana, certamente será. É uma questão de tempo, no entanto, para que todas as vacinas sejam aceitas pelos EUA”, afirma.
Sphigel diz ainda que o governo dos Estados Unidos vem estudando a possibilidade de permitir a entrada no país de pessoas que não se vacinaram, por falta de oportunidade ou por algum outro motivo específico, contanto que elas se comprometam a receber o imunizante ao chegarem ao país. Ele ressalta que se trata de uma informação preliminar e que não há nada definido nesse sentido.
Uma vez estando totalmente vacinado e com um teste PCR realizado até 72 horas antes do embarque, resta então apenas ter o visto de turista regularizado para, enfim, poder entrar nos Estados Unidos, após mais de um ano de restrições de viagem para estrangeiros. O especialista lembra que todos os vistos para os EUA são emitidos no consulado brasileiro, que seguem fechados em razão da pandemia e devem ser reabertos até o fim deste ano. A procura é tão grande que agendamentos para o visto norte-americano só estão disponíveis para daqui a um ano.
“Devido ao trabalho que se acumulou no último um ano e meio, outra questão que vem sendo estudada pelos Estados Unidos é a possibilidade de permitir que algumas pessoas renovem seu visto sem ter que passar pela entrevista no consulado”, diz Sphigel.
“O critério ainda não está totalmente definido, mas a imigração certamente vai considerar aspectos como: o que você foi fazer nos EUA; quanto tempo você passou no país; se você, de alguma forma, infringiu as regras da Imigração; entre outros aspectos. Eles têm um crivo de dados internos para avaliar quem teria o processo acelerado e quem teria que passar pela entrevista para ter o visto concedido”, completa.
O especialista explica que, atualmente, para solicitar um visto de turista para os Estados Unidos, é preciso preencher um formulário chamado DS 160, no qual o aplicante informa seus dados e demonstra suas intenções, paga uma taxa ao governo norte-americano e, por fim, faz o agendamento da entrevista no consulado. Uma vez aprovado na entrevista, o passaporte chega à residência da pessoa, com o visto emitido, entre sete e dez dias.
Visto de estudante
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No caso da solicitação de um visto de estudante ou de trabalho, por sua vez, o processo é outro e pode levar até seis meses para ser concluído, afirma Sphigel.
Segundo ele, se o aplicante quer entrar nos EUA como estudante, o caminho mais viável é tentar conseguir o visto por meio de uma universidade ou até mesmo escolas de inglês, muitas das quais são autorizadas a fornecer a seus alunos o DS 160.
“Com isso, a pessoa pode pedir um visto F1, que é um dos mais comuns para quem deseja estudar nos Estados Unidos. Nesse caso, o aplicante deve não só convencer a Imigração de que realmente está indo lá para estudar, como também provar que tem renda suficiente para se manter no país sem trabalhar, uma vez que esse visto não dá à pessoa esse direito”, afirma.
Visto de trabalho
Quanto ao visto de trabalho, o especialista diz que existem mais de 70 tipos, cada um destinado a um perfil profissional diferente, como comerciantes e investidores. Um dos vistos de trabalho mais famosos, no entanto, é o chamado EB-2 NIW, que dá direito ao green card, visto permanente de imigração.
O EB-2 NIW é concedido àqueles profissionais formados e que geralmente têm vínculo com alguma associação de classe, como o CFM (Conselho Federal de Medicina) ou a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Existem, basicamente, duas listas de pré-requisitos para as quais os aplicantes devem atentar. Veja abaixo.
Lista 1 (todos os itens):
– Ser formado;
– Ter pós-graduação stricto sensu (o que equivale a um mestrado nos EUA);
– Ter mais de cinco anos de experiência comprováveis.
Lista 2 (pelo menos três itens):
– Ser formado;
– Ter mais de dez anos de experiência;
– Ganhar mais que a média nacional;
– Pertencer a alguma associação de classe;
– Ter licença para trabalhar (se a pessoa tem a carteira da OAB, por exemplo, ela já atende a esse item e ao anterior);
– Ter cartas de recomendação, prêmios e afins.
Sphigel afirma que não há um visto que seja mais ou menos difícil de conseguir, contanto que o aplicante atenda a todos os requisitos solicitados e, sobretudo, solicite um visto que esteja de acordo com as suas reais intenções. Ele destaca a importância de jamais mentir para a Imigração, sob nenhuma hipótese.
“Se a pessoa estiver indo aos Estados Unidos atender um cliente, por exemplo, estiver com medo de contar isso e alegar que está indo como turista, eles poderão encrencar, saber que você está mentindo e mandá-lo embora. Na hora da entrevista do consulado, é preciso demonstrar que aquilo que você está dizendo é real. Não adianta ser, você tem que provar que é”, diz.
Fonte: R7