Atual primeiro-ministro, Yoshihide Suga, anunciou no início do mês que não disputaria a liderança do Partido Liberal Democrático
A campanha para a definição do novo primeiro-ministro do Japão começou nesta sexta-feira (17) com quatro candidatos que aspiram a liderança do partido que governa o país, em uma disputa acirrada.
Entre os aspirantes há duas mulheres que sonham em governar o Japão, que nunca teve uma primeira-ministra, mas analistas consideram que elas têm poucas chances de vitória.
O processo começou depois que o atual primeiro-ministro, Yoshihide Suga, anunciou no início do mês que não disputaria a liderança do governante Partido Liberal Democrático (PLD).
Qualquer nome que o partido escolher como líder em 29 de setembro tem praticamente assegurado o posto de primeiro-ministro, após uma votação no início de outubro no Parlamento, onde o PLD tem maioria.
O novo líder do partido também deverá disputar a eleição geral, que pode acontecer no fim de novembro, para continuar como chefe de Governo da terceira maior economia do planeta, que enfrenta desafios que vão da relação com a China até a mudança climática.
O ministro responsável pela campanha de vacinação, Taro Kono, líder nas pesquisas de intenção de voto, mas a vitória não é garantida por que as principais alas do PLD não apoiam uma candidatura específica.
Kono, 58 anos, é o candidato mais jovem e popular, com dois milhões de seguidores no Twitter. Ele é considerado um político moderno e um bom comunicador.
Seu principal rival é o ex-ministro das Relações Exteriores Fumio Kishida, que lidera uma das principais alas do PLD.
Duas candidatas almejam virar a primeira mulher a governar o Japão, mas têm pouco apoio nas pesquisas.
Uma delas é a direitista Sanae Takaichi, admiradora de Margaret Tatcher e com um perfil que divide os eleitores que, no entanto, recebeu apoio do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe.
A outra candidata é a ex-ministra de Igualdade de Gênero Seiko Noda, uma candidata abertamente feminista.
A dificuldade em projetar o favorito está no fato de que as alas do partido, que geralmente votam em bloco, liberaram os integrantes para que decidam o voto por conta própria.
Tobias Harris, analista para a Ásia do ‘Center for American Progress’, considera que o apoio popular a Kono provavelmente representa uma certa vantagem, mas ele explica que é uma “vantagem muito vulnerável”.
A disputa foi aberta depois que Suga, que perdeu popularidade em parte pela resposta do governo à pandemia, anunciou a renúncia depois de ficar apenas um ano no posto de chefe de Governo.
Suga assumiu o cargo de primeiro-ministro em setembro de 2020, depois que Shinzo Abe, o primeiro-ministro mais longevo do Japão, renunciou por motivos de saúde.
O período de Suga foi marcado pelas ondas de contágios da covid-19 e as repetidas séries de restrições. Os Jogos Olímpicos de Tóquio não ajudaram a aumentar sua popularidade.
A brevidade de seu mandato levou muitos a questionar se o Japão retornará ao período de alta rotatividade de governantes que ocorreu antes de 2012, com o início do segundo mandato de Abe.
Desde a Segunda Guerra Mundial, apenas cinco políticos permaneceram cinco anos ou mais no cargo de primeiro-ministro do Japão.
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