sexta-feira, 22/11/2024
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Bush culpa Brasil e Índia pelo fracasso de Doha

Decepcionado” com o fracasso das negociações de Potsdam (Alemanha) sobre a liberalização do comércio mundial, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, culpou o Brasil e Índia, mas prometeu trabalhar pelo sucesso da rodada de Doha, afirmou nesta quinta-feira a Casa Branca.

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“O presidente Bush está decepcionado de ver que alguns bloqueiam uma oportunidade de ampliar a liberalização” declarou Tony Fratto, porta-voz da Casa Branca. “Grandes economias como o Brasil e a Índia não deveriam se opor aos progressos de países menores, mais pobres e em desenvolvimento. No entanto, parece que foi exatamente isso que aconteceu na Alemanha”, denunciou.

“Ainda estamos determinados a levar adiante o ciclo de Doha”, acrescentou, referindo-se à rodada de negociações internacionais para a liberalização do comércio e o desenvolvimento dos países pobres.

As negociações entre Brasil, Índia, União Européia (UE) e Estados Unidos, o chamado G4, para promover a Rodada de Doha para a liberalização mundial do comércio foram suspensas nesta quarta-feira devido a discordâncias.

A principal divergência entre países em desenvolvimento e industrializados é que os primeiros criticam que seus produtos não são competitivos no mercado internacional devido ao protecionismo dos mais ricos, que não aceitam reduzir seus subsídios e tarifas agrícolas. Já os países industrializados pedem às nações emergentes como o Brasil e Índia que reduzam suas tarifas aos produtos industriais e serviços.

A reunião que começou na terça-feira nas proximidades de Potsdam com representantes das quatro nações deveria continuar, em princípio, até o sábado ou o domingo, mas foi interrompida diante da impossibilidade de uma convergência entre as posições.

As conversas tinham sido consideradas uma tentativa de relançar as negociações da Rodada de Doha. O comissário de Comércio europeu, Peter Mandelson, evitou fazer uma leitura exclusivamente negativa desta suspensão e destacou em comunicado que houve alguns avanços.

“Não conseguimos convergência em nossa ampla agenda, mas fizemos alguns progressos em assuntos como acesso ao mercado agrícola e subsídios, competitividade nas exportações e ajudas à exportação”, afirmou Mandelson, sem detalhar em que consistiram os avanços.

No entanto, ressaltou que as conversas tinham ficado bloqueadas diante da negativa do bloco de emergentes de oferecer algo em troca de concessões européias em matéria agrícola.

“Eles nos pediram para pôr nossa melhor e última oferta agrícola sobre a mesa, mas pedimos em troca um esforço proporcional de todos os membros do G4”, afirmou.

Mandelson disse que a última sessão plenária não transcorreu como o planejado e que, por isso, se decidiu “não continuar”.

“Espero que esta não tenha sido a última troca de opiniões no G4”, disse Mandelson, embora tenha acrescentado que não esperava que haja uma nova rodada neste formato.

O comissário explicou que na segunda-feira informará os ministros de Comércio da UE de que não haverá uma continuação das conversas.

A UE convocou para segunda-feira um conselho extraordinário dos ministros de Comércio em Luxemburgo, cujo objetivo é analisar a reunião de Potsdam. “No último ano houve avanços. Nós nos movimentamos nos diferentes assuntos relacionados com as negociações agrícolas. Como comissário europeu deixei claro que necessitamos de um gesto final que nos conduza a uma conclusão ambiciosa, equilibrada e eqüitativa”, ressaltou Mandelson.

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Parmenas Alt
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