Ontem dia 21 de junho é celebrado o Dia Nacional de Controle da Asma, uma doença comum em crianças, adolescentes e em pessoas com mais de 40 anos
Celebrado nesta segunda, 21 de junho, o Dia Nacional de Controle da Asma busca conscientizar a população sobre os sintomas da doença e formas de preveni-la, principalmente neste momento de pandemia pela covid-19, conforme lembra o pneumologista Clóvis Botelho, credenciado ao Mato Grosso Saúde pela Clínica Vida.
A asma é um fator de risco para o ataque mais grave ocasionado pelo novo coronavírus. Diante de um asmático, a covid-19 pode provocar sérias complicações, conforme explica o médico.
“Quando a pessoa está inflamada e pega um vírus como esse, agressivo, o estrago é muito maior, as lesões são maiores, mais profundas, o tempo de recuperação é maior. As chances de complicações são muito maiores, inclusive as infecciosas, porque já tem um uma inflamação crônica e se eu pego uma inflamação aguda em cima dessa crônica, potencializa todo o poder destrutivo do vírus e aí nós temos que nos precaver de infecções secundárias”.
Além do uso de álcool em gel, máscaras e da lavagem correta das mãos para evitar vírus gripais, como o novo coronavírus, Botelho comenta que há formas de um asmático ter uma boa qualidade de vida.
O primeiro passo é evitar exposição aos irritantes aéreos como cheiros fortes, mofo, veneno, tabagismo, tanto passivo quanto ativo. Além de uma alimentação saudável, a prática de exercícios físicos também é importante.
“O melhor exercício é aquele que você gosta de fazer. Pode ser natação, caminhada, corrida, academia, dança, yoga, fisioterapia, pilates, alguma coisa para reforço muscular, especialmente respiratório deve ser feito. Não tem como não fazer”.
Por fim, Clóvis Botelho aponta que o que também melhora a qualidade de vida do asmático são as vacinações. Tanto as antigripais que são anuais, a da influenza, ou vacinas contra a pneumonia que podem ser em dose única ou periodicamente, conforme orientação médica.
Controle da doença
O médico ressalta que o tratamento é chamado de manejo da asma, visto que ela não tem cura, mas pode ser controlada. Clóvis Botelho baseia o tratamento em três pilares fundamentais. O primeiro deles é a higienização do ambiente para evitar poeiras, substâncias irritantes, cheiros fortes, mofos, coisas que irritam mesmo quem não tenha a doença e irritam mais ainda aquelas pessoas que são mais sensíveis. Os asmáticos são hipersensíveis às alterações ambientais, principalmente de poluição.
“Ressalta-se nesse momento que vai começar as queimadas, a fumaça do ambiente é extremamente agressiva a via aérea do asmático por ele ser hipersensível”.
O segundo pilar é um plano terapêutico de educação da asma. O Dr. Clóvis Botelho frisa que o paciente tem que conhecer a doença, saber os sintomas, perceber se o quadro está piorando, e saber quais medidas tomar. O médico responsável pelo caso deve orientar, detalhadamente, o paciente.
“Por último temos o terceiro pilar, que são os medicamentos. A asma não tem cura, mas tem controle. A grande maioria das doenças clínicas não tem cura, a gente controla diabetes, pressão alta, reumatismo, doenças psiquiátricas… Então o problema não é ter cura ou não, o problema é ter solução para o problema, e existe”.
Por ser uma doença inflamatória, são utilizados medicamentos anti-inflamatórios no combate à asma. Clóvis Botelho, que integra a equipe da Clínica Vida Diagnóstico e Saúde, de Várzea Grande, cita os broncodilatadores, que abrem a via aérea e melhora a falta de ar, e os corticoides inalatórios.
O tratamento, ou seja, a dosagem e tipo de medicamento devem ser orientados por um especialista. A dosagem, naturalmente, irá mudar no decorrer do tempo, mas o tratamento dura por toda a vida.