domingo, 24/11/2024
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Empresários da capital defendem aumento na frota de ônibus e não fechamento do comércio para conter o Covid-19

 É preciso prever uma frequência relativamente maior do que tínhamos antes 

Em Cuiabá, assim como no Estado e até mesmo no Brasil, vimos nos últimos meses, diversas mudanças para se tentar diminuir a contaminação do coronavírus. No entanto, muitas ações não tiveram resultado positivo e o que se vê, infelizmente, é o número de casos aumentando, dia após dia. Hoje os hospitais estão em colapso, a maioria fechando suas portas, inclusive para outros atendimentos por não terem capacidade de absorver mais nenhum paciente e o pior, os casos da doença não param de aumentar.
Para a empresária Adriana Costa Marques, proprietária da loja Estrela da borracha, que atua em Cuiabá desde 1980, um dos pontos que têm contribuído para a disseminação da covid-19 é a superlotação dos ônibus. “Sempre converso com os colaboradores da empresa, tentando buscar internamente o melhor caminho para todos, fazendo a nossa parte com o cumprimento de todas as medidas de biossegurança, por exemplo, sempre reforçando isso, porém, a maior reclamação de todos é em relação à superlotação do transporte coletivo. Sempre que se tem um decreto reduzindo os horários de funcionamento do comércio, por algum motivo não muito lógico eles reduzem os horários dos ônibus, o que causa mais aglomeração das pessoas que não tem outros meios para se deslocarem até seus trabalhos”, disse ela.
Para a empresária ainda, esse é um dos locais que mais preocupa a população, principalmente pela falta de condições de distanciamento e que o ajuste da frota é o ponto mais importante no momento e pode ser a solução para quem necessita usar os veículos com frequência. “O órgão de transporte deve ajustar a frota e a quantidade de viagens necessárias para garantir que não se tenha lotações nos ônibus. É preciso prever uma frequência relativamente maior do que tínhamos antes da pandemia. O governo deve exigir isso das empresas responsáveis pelas frotas”, ressalta Adriana, complementando que esta é apenas uma das medidas que devem ser adotadas urgentemente.
O ponto de vista da empresária é comprovado quando comparado a um levantamento recente feito pela Ouvidoria da Secretaria de Mobilidade Urbana de Cuiabá (Semob), que recebeu 271 reclamações sobre o transporte público, entre março e dezembro de 2020, sendo que entre as principais delas estão à superlotação dos ônibus.
Da mesma forma pensa a empresária do ramo de confecção, proprietária da Manga Rosa, Camila Carvalho, que é comerciante desde 1986 em Cuiabá. Ela acredita que é necessário se tomar algumas atitudes preventivas para se conter o avanço da doença. “Eu nunca vi uma situação como essa desde que comecei minha atividade no comércio. Nunca passamos por uma situação como essa. Eu fico chateada com o que está acontecendo, horários reduzidos de atendimento e vemos outros locais lotados com aglomerações. O empresário quer trabalhar, mas está difícil ser empresário hoje em Mato Grosso e no Brasil”, disse.

Para o empresário Daniel de Matos, que possui rede de lojas de perfumaria do O Boticário, o setor está pagando uma conta que não é dele, e ainda sozinho. “Os empresários não aguentam mais, muitas demissões têm ocorrido no comércio como um todo. A situação é preocupante. Não sei até quando iremos aguentar”, falou ele.
LOCKDOWN – Nesta semana, após inúmeras reuniões e pedidos das entidades do setor empresarial, entre elas, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Cuiabá), o projeto de lei do governo do estado que previa emendar cinco feriados para tentar conter os casos de Covid-19 foi reprovado pela maioria dos deputados durante a sessão de terça-feira (23.03), porém, o comércio ainda pode ser penalizado com atitudes como está, caso seja imposto pela justiça.
Para a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Cuiabá), mais uma vez o comércio, que cumpre rigorosamente com as medidas de biossegurança para proteger seus clientes e colaboradores está sendo penalizados e serão ainda mais, caso se tenha o decreto de lockdown determinado pela justiça.
“Muitas empresas não conseguiram se manter com os fechamentos anteriores, e sabemos que se tivermos novamente que fechar as portas, outras também não conseguirão, serão mais pessoas desempregadas, mais famílias passando necessidades. Todos precisam trabalhar e sabemos que a culpa pelo caos não é do comércio. Precisamos sim e defendemos medidas mais rígidas de biossegurança e multa para quem não as cumpre, fiscalização em locais com aglomeração de pessoas, e principalmente, vacinação para todos”, defendeu o presidente da CDL Cuiabá, Celio Fernandes.

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