O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta terça-feira, durante almoço oferecido pelo presidente da República ao secretário-geral do Partido Comunista do Vietnã, Nong Duc Manh, que não tem como provar as transferências bancárias que fez para pagar as despesas referentes à filha que tem com a jornalista Mônica Veloso, antes do reconhecimento da criança.
O comentário rápido ocorreu no Itamaraty, quando Renan foi abordado por alguns jornalistas que lhe questionaram sobre os comprovantes dos depósitos. O senador disse que não teria como provar os repasses à mãe de sua filha, de 3 anos, porque ele só dispõe de documentos a partir do momento em que assumiu a criança, em 2005.
A reação de Renan se deve à pressão para que prove que as despesas com sua filha eram custeadas com dinheiro dele e não através do lobista Cláudio Gontijo, ligado à construtora Mendes Júnior.
Representação
O PSOL decidiu hoje entrar com uma representação no Conselho de Ética do Senado contra Renan por quebra de decoro parlamentar. A presidente nacional da legenda, a ex-senadora Heloísa Helena (AL), sugeriu ainda que o senador se afaste do comando do Senado até que todos os esclarecimentos sejam concluídos.
Renan avisou, por meio de seus assessores, que não pretende afastar-se do comando do Senado e que vai conduzir a sessão de hoje à tarde como normalmente faz: sem alterações de comportamento.
No que depender do PSOL, o Conselho de Ética deve investigar Renan por “recebimento de vantagens indevidas durante o mandato parlamentar”, numa referência à denúncia de que ele teria recebido dinheiro de um lobista ligado à construtora Mendes Júnior para pagar contas pessoais.