O Tesouro Nacional conseguiu captar R$ 750 milhões nesta quinta-feira no mercado externo com a emissão de títulos atrelados ao real com vencimento em 2028. Os investidores receberão por esse bônus da dívida uma remuneração de 8,938%, a mais baixa para esse tipo de papel.
A operação de hoje, feita nos mercados europeu e norte-americano, foi considerada por técnicos do Tesouro como “ótima”, já que a taxa de retorno paga ao investidor teve uma queda expressiva em relação a última emissão desse bônus, de 10,28% ao ano para uma colocação do mesmo montante, realizada em março.
No início da tarde, o ministro Guido Mantega (Fazenda) já havia antecipado parcialmente o resultado da operação. “Estamos emitindo títulos de 20 anos, em reais, no total de R$ 750 milhões. A taxa de juros que estamos pagando é abaixo de 9%. A outra [emissão] foi de 10,28%. Essa é a vantagem de ser um país mais seguro.”
Pelas regras de emissão da SEC (Securities and Exchange Commission, órgão regulador do mercado norte-americano), a operação não pode ser comentada antes da finalização do processo.
Na primeira captação desse papel, em fevereiro, foram emitidos R$ 1,5 bilhão, com retorno de 10,68% ao ano. Ao todo, há no mercado R$ 3 bilhões desses títulos.
O valor poderá crescer caso o Tesouro decida estender a operação de hoje para o mercado asiático. No máximo, poderá colocar até R$ 37,5 milhões com a mesma taxa de retorno.
A operação de hoje foi liderada pelos bancos Deutsche Bank Securities e HSBC Securities. Os recursos entrarão nas reservas internacionais no dia 17 de maio. Os investidores receberão semestralmente cupons de juros nos dias 10 de janeiro e 10 de julho de cada ano, até o vencimento do título, em 2028.
PAF
No PAF (Plano Anual de Financiamento), está prevista a emissão do alongamento do prazo de vencimento desses títulos, que não possuem o risco da variação da cotação do dólar.
Quem adquire esses papéis acredita que o real continuará valorizado, já que é o investidor que assume o risco cambial ao comprar um papel atrelado ao real.
A primeira vez que emitiu títulos externos em reais, em setembro de 2005, o Tesouro conseguiu vender o equivalente a R$ 3,4 bilhões nesses títulos com vencimento em 2016. Os papéis com vencimento em 2022 somam R$ 3 bilhões.