O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), de Piracicaba (SP), vai colocar neste ano pelo menos quatro novas variedades de cana-de-açúcar no mercado, mais produtivas em açúcar e álcool. Com orçamento anual de cerca de R$ 40 milhões, o CTC desenvolve variedades mais produtivas para garantir maior desempenho nas indústrias. “As variedades de cana atuais são 30% mais produtivas que as de 10 anos atrás”, afirmou Tadeu Andrade, diretor do CTC.
Andrade explicou que o CTC não trabalha com variedades específicas para a produção de álcool. “O ganho de produtividade para cana vale para os dois produtos. Mesmo porque dois terços da cana podem ser destinados ao álcool”, observou. No Brasil, a produtividade da cana é 25% maior que a de outros países produtores. No centro-sul do país, a produtividade média é de 90 litros de álcool por hectare. Esse volume é obtido em São Paulo, maior Estado produtor, responsável por 50% da produção nacional de matéria-prima.
No país, cerca de 50% das variedades utilizadas nos canaviais têm tecnologia CTC. O centro foi criado no fim da década de 70 e era controlado pelas usinas associadas à Copersucar. Em 2004, passou por uma reestruturação, tornando-se empresa de pesquisa independente. Existem 146 usinas do país e também 12 entidades de classes associadas ao novo modelo CTC.
As pesquisas do CTC para transgênicos também seguem avançadas, segundo Andrade. “Temos todas as condições de colocar variedades de cana mais produtivas, resistentes a doenças e à seca, mas não temos aprovação da CTNBio para testes”, disse. As pesquisas com cana-de-açúcar transgênica são feitas há quase dez anos.
Com um orçamento de cerca de R$ 4 milhões anuais, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) deverá lançar este ano quatro novas variedades de cana, mais produtivas e resistentes a doenças, segundo Marcos Landell, pesquisador do IAC e coordenador do Centro da Cana, vinculado à Secretaria de Agricultura de São Paulo.
Nos últimos dez anos, o IAC colocou no mercado 17 variedades. Landell disse que graças aos ganhos de produtividade, o país aumentou a produção em uma área menor. “Se não houvesse aumento de produtividade, o país ocuparia o dobro da área atual com a cana [de 6,5 milhões de hectares]”.
Valor Econômico