Segundo Bolsonaro, Witzel deseja se candidatar à Presidência e tenta destruir a reputação de sua família, usando a Polícia Civil do Rio para isso
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), está manipulando as investigações do caso Marielle para envolver a família Bolsonaro na morte da vereadora e de seu motorista. A declaração ocorreu nesta quinta-feira (21), durante o lançamento do partido Aliança pelo Brasil, que Bolsonaro deseja criar, após sua saída do PSL.
“Ele botou na cabeça que quer ser presidente. Direito dele e de qualquer um de vocês. Mas ele também botou na cabeça destruir a reputação da família Bolsonaro “, disse Bolsonaro no evento. Para o presidente, Witzel estaria intervindo na investigação do caso Marielle por meio da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Bolsonaro cita o relato do porteiro como exemplo da intervenção de Witzel. O porteiro do condomínio onde o presidente possui imóvel no Rio é o mesmo de um dos suspeitos de assassinar Marielle e, segundo relato do porteiro à Polícia Civil fluminense, outro suspeito do crime teria visitado presidente na noite anterior à morte da vereadora. No entanto, ao ser interrogado pela polícia federal nesta semana, o porteiro afirmou ter errado a menção a Bolsonaro.
Segundo Bolsonaro, Witzel sabia que a menção ao presidente estava sendo investigada. O caso, porém, estava correndo em segredo de Justiça. O governador do Rio nega ter acesso ao caso, assim como ter vazado qualquer informação.
Para o presidente, parte dos brasileiros quer acusá-lo de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle . “Parece que não interessa à esquerda chegar aos mandantes do crime, mas usar esse crime bárbaro, que todos nós repudiamos, para atingir a reputação de pessoas outras”.
“Se eu tivesse um plano eu ia receber os assassinos na minha casa à noite?”, afirma Bolsonaro, que diz lamentar a morte da vereadora. A menção de Bolsonaro chegou a ser informada ao Supremo Tribunal Federal, contudo segundo o procurador-geral da República, Augusto Aras, o caso foi arquivado.
“Não deu certo com o porteiro, agora jogam para cima do Carlos”, disse. O filho de Bolsonaro e vereador carioca teria tido uma discussão com o assessor de Marielle em 2017, na qual a vereadora teria interferido. O episódio já era de conhecimento da polícia do Rio , mas está sendo investigado com mais intensidade nas últimas semanas.
“A minha vida virou um inferno depois da eleição do senhor Wilson Witzel , lamentavelmente”, relata Bolsonaro, afirmando que o governador deveria ser grato ao apoio que seus filhos, Carlos e Flávio, deram a ele, pois sem isso ele não teria sido eleito.
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