O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, chegou nesta sexta-feira ao Cairo, onde terá uma reunião com o chefe político do movimento islâmico Hamas, Khaled Meshaal. O principal assunto dos dois líderes deverá ser a recente ruptura da trégua com Israel anunciada na última terça-feira pelo braço armado do movimento.
Abbas chegou ao Cairo após deixar Genebra, que visitou com parte de uma viagem pela Europa na qual pediu o fim do embargo sobre o governo palestino de coalizão entre o Hamas, do premiê palestino Ismail Haniyeh, e o Fatah, movimento nacionalista do qual o presidente da ANP é líder.
A decisão do grupo islâmico de colocar fim ao frágil cessar-fogo de novembro do ano passado com Israel causou uma profunda preocupação dentro da ANP, que teme uma reação violenta do governo israelense.
Milicianos do Hamas e membros de outros grupos dispararam mais de 80 foguetes na última quarta-feira a partir da faixa de Gaza em resposta às ações israelenses contra ativistas palestinos.
Espera-se que Abbas se reúna amanhã com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, para lhe informar sobre o resultado de sua viagem européia assim como de sua última entrevista ao primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert.
Tensão
Um dia após anunciar a suspensão do cessar-fogo com Israel, um dos líderes do grupo extremista islâmico Hamas afirmou na quarta-feira que o braço armado da organização, as Brigadas de Ezzedeen al Qassam, responderá “com toda força” a um eventual ataque de Israel.
“Se Israel fizer uma bobagem e atacar a faixa de Gaza, o Hamas responderá com toda força para evitá-lo”, disse o porta-voz do movimento islâmico Fawzi Barhum, em declarações dadas à edição eletrônica do jornal “Yedioth Ahronoth”.
O fim da trégua foi anunciada pelo porta-voz do grupo armado, Abu Obaida, em um comunicado enviado aos meios de comunicação na faixa de Gaza. O Hamas e a maior parte das facções armadas palestinas haviam declarado, em 26 de novembro, uma trégua unilateral temporária em suas ações armadas contra Israel lançadas de Gaza, que pretendiam estender também à Cisjordânia.
EFE no Cairo