O campus de Cuiabá da Universidade Federal de de Mato Grosso (UFMT) amanheceu novamente fechado nessa segunda-feira, 19/08. O motivo, no entanto, já é conhecido: trabalhadores terceirizados estão novamente sem salários.
As trabalhadoras da limpeza, contratadas pela Presto, decidiram manter a greve que teve início na última quarta-feira, 14/08, e precisam dar visibilidade à sua luta, pois a empresa diz que não consegue pagar o salário atrasado do mês de julho.
Na sexta-feira as trabalhadoras realizaram um ato pela universidade, agregando estudantes que andavam pelo campus. Durante a manifestação, reafirmaram sua posição com palavras de ordem: “salário atrasado, vassoura no armário”; “eu sou trabalhador, salário não é favor”. O ato terminou com a ocupação da Reitoria, onde as trabalhadoras informaram os motivos do ato e a expectativa de que o impasse entre empresa e instituição seja resolvido.
A empresa chegou a depositar parte do vale transporte e do vale alimentação na quinta-feira, mas as trabalhadoras questionaram: “nós não trabalhamos só para comer e andar de ônibus”. Assim, a limpeza da instituição ficará suspensa até que o salário e outros direitos já acordados junto à Secretaria Regional do Trabalho e Emprego sejam garantidos.
No final de julho as trabalhadoras iniciaram um movimento paredista que fez a empresa se comprometer a pagar o salário atrasado de junho, entregar cestas básicas e não atrasar o salário seguinte. Apesar de ter efetuado o pagamento do salário de junho – já no início de agosto -, a Presto não entregou as cestas e voltou a atrasar os salários, abrindo caminho para o início da greve.
Permanece o conflito entre a UFMT e a empresa acerca de quem é o culpado pelo atraso.
Recentemente, os vigilantes terceirizados da MJB também paralisaram os serviços na universidade porque estavam sem salários há três meses, o que demonstra que a terceirização ou privatização de serviços na universidade implica numa série de prejuízos, especialmente, aos trabalhadores.
Nesse momento, os servidores, estudantes e professores da UFMT e de todo o país estão mobilizados contra a imposição da lógica privatista também a outros setores das instituições, por meio do Future-se.