Aplicar golpes por meio da clonagem de folhas de cheque. É esta a especialidade de uma quadrilha de falsários investigada através da Operação Miragem, que foi desencadeada pela Polícia Civil nos estados de Mato Grosso, São Paulo, do Rio de Janeiro, de Santa Catarina e do Mato Grosso do Sul, cujo prejuízo provocado por diversos golpes somente no ano passado foi de R$ 1 milhão.
Policiais de Delegacia do Complexo do Verdão prenderam ontem, em São Paulo, a vendedora Lisimar Magalhães Araújo, de 37 anos, e sua filha Natália Araújo, de 19, apontadas como chefes do bando especialistas em clonar folhas de cheques, com ramificações em cinco estados.
As duas mulheres estão com a prisão preventiva decretada pela Comarca de Cuiabá desde agosto do ano passado. Na ocasião, os policiais, chefiados pelo delegado Paulo Alberto Araújo, chegaram a dois integrantes do bando, Alexandre Rodrigues de Souza e seu cunhado Rodrigo de Souza, que moram no bairro do CPA.
De acordo com as investigações, mãe e filha forneciam folhas de cheques em branco que eram despachadas pelo correio para Alexandre e Rodrigo em Cuiabá. Para despistar a polícia, algumas correspondências eram enviadas pelo correio de Campo Grande, onde o bando tinha ramificação. A quadrilha enviava as folhas de cheques, a partir de São Paulo, para cinco estados, incluindo Mato Grosso.
O esquema envolvia com prioridade a clonagem de cheques de pessoas que apresentavam altos saldos bancários. Os golpistas então pegavam o cheque regular e clonavam o nome, assinatura e o número. A partir daí, preenchiam num outro valor. “O máximo que eles faziam era de R$ 2.500”, disse um policial.
As maiores vítimas eram preferencialmente clientes do Bradesco e da Caixa Econômica Federal. Os golpistas alegavam que o sistema de segurança dessas instituições são falhos – embora os representantes desses dois bancos neguem. Os falsários ainda usavam contas de “laranjas” para depositar os cheques clonados. Pagavam uma porcentagem para o titular da conta e ficavam com o resto.
CDC