A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) iniciou o ano com dívidas de R$ 14 milhões, sem incluir os R$ 5 milhões devidos à empresa Energisa (que já foram reparcelados), além de diversos contratos em atraso.
A reitora da UFMT, Myrian Serra afirmou, na tarde de quarta-feira (17), que estima-se que a instituição deve entrar em 2020, com R$ 60 milhões de déficit, se não forem desbloqueados, segundo ela, R$ 34 milhões do Governo Federal. O orçamento da UFMT previsto para este ano é de R$ 1 bilhão e 27 milhões. Maior que o da cidade de Várzea Grande, com 250 mil habitantes. A prefeitura tem orçamento previsto para 2020 de R$ 928 milhões.
De acordo com a reitora, não há recursos disponíveis no banco para realizar esses pagamentos, não tendo previsão de quitação, o que pode acarretar a suspensão desses serviços essenciais à comunidade acadêmica. Hoje a UFMT tem mais de 90 contratos e o levantamento total da dívida da instituição ainda está sendo feito. Atualmente, 95% do orçamento mensal dos polos educacionais são com pessoal.
“Há outros fornecedores em atraso, não só a Energisa. Temos contratos com pessoal de segurança, limpeza, administrativo entre outros. São contratos menores, mas também estão em atraso; Não precisamos de apenas R$1,8 milhão [verba enviada pelo MEC para pagar conta de energia]. Estamos reivindicando o restante do recurso e, mais do que isso, o desbloqueio do orçamento”, explica Myrian.
Verbas
A Universidade defende que as dificuldades para honrar com os compromissos, como água, segurança e energia é decorrente da política de o contingenciamento. O governo bloqueou 3%.
A reitora aponta que esse ano tem sido difícil, pois, não há data para os repasses. “Não sabemos quando e nem quanto serão repassados, sabemos o que temos que pagar”, conta Serra.
Em 2017, foi o último ano que foi repassado 100% do orçamento. Já em 2018, apenas 95% e, em 2019, já foi sinalizado pelo Governo Federal o contingenciamento.
O primeiro repasse foi de 40%, no primeiro semestre, o segundo repasse no valor de R$ 4,5 milhões, corresponde aos outros 40%, desse valor R$1,8 milhões já chegaram até a UFMT e foram usados para pagar contas de luz. O restante do montante não possuí previsão para chegar na conta da instituição.
RepórterMT
A reitora da UFMT, Myrian Serra
Corte de Luz
O corte de energia à Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) atingiu não só o campus de Cuiabá, mas também todos os outros da instituição federal no Estado, localizados em Barra do Garças, Sinop, Rondonópolis e Várzea Grande, na terça-feira (16).
As aulas foram temporariamente suspensas e retornaram na quarta-feira (17), após negociação com a concessionária de energia elétrica.
A Energisa efetuou o corte devido ao atraso no pagamento de seis contas, sendo quatro ainda referentes ao ano de 2018 e duas deste ano.
Com:RepórterMT