A soja só começa a ser cultiva em setembro, mas produtores da região sudeste do estado já investem com tratamento do solo, com o objetivo melhorar a produtividade. Para isso, em vez de milho, muitos estão apostando no cultivo da crotalária, que além de proteger o solo, faz o controle de nematóides.
Em uma propriedade rural de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, os proprietários conseguiram melhorar a produtividade de soja, depois de investir no cultivo de crotalária como segunda safra.
De acordo com o gerente Everton Appelt, além de reduzir a população de nematóides, a crotalária, por ter raízes longas, consegue buscar nutrientes na parte mais profunda do solo e trazê-los à superfície, fazendo com que o solo fique mais rico para a semeadura da soja.
“Os nematóides são vermes que atacam a lavoura e atrapalham o desenvolvimento da planta. No caso da soja, ele interfere diretamente no índice de produtividade”, explicou.
Para garantir que a cobertura do solo também seja rica em palha, a fazenda apostou no consórcio entre crotalária e braquiári
“A crotalária tem pouca palha e, como o objetivo é ter palha para forrar o solo nas áreas mais arenosas, também apostamos na braquiária”, complementou Everton.
O acúmulo de palhada beneficia o armazenamento de água e diminuí a temperatura direta no solo. Essa proteção ajuda o produtor a ter melhores resultados na safra de soja.
A espécie de crotalária usada nessa experiência também tem capacidade de fixar o nitrogênio e incorporá-lo mais facilmente ao solo.
Em razão da eficiência da planta, os donos da fazenda reservaram 100 hectares só pra produzir as sementes da crotalária. A expectativa é colher 500 quilos de sementes por hectare. Produção que não deve ser vendida.
Crotalária prepara o solo para semeadura da soja, em setembro — Foto: Reprodução/TVCA
“A gente planta para consumo próprio, assim conseguimos reduzir o custo de produção. Por isso, a gente colhe, beneficia e deixa guardado no armazém pra próxima safra”, relatou o gerente técnico.
Ainda segundo ele, uma lavoura de soja onde não são feitas rotações de cultura, a estima-se de 15% a 20% menos de produção, no caso da soja.
- G1–MTRONDONÓPOLIS