Decisão judicial determina que o delegado João Bosco Ribeiro Barros, a esposa e investigadora Gláucia Cristina de Moura Alt e mais 4 policiais civis voltem ao trabalho. Eles estão afastados das funções há 5, desde a deflagração da operação “Abadom”, em 2013. Os 6 foram acusados de cobrar propina de traficantes para “facilitar” a atividade ilícita. A decisão do retorno aos cargos é do juiz Bruno D’Oliveira Marques e foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico ontem (18).
No processo os advogados de defesa ressaltam que o prazo constitucional do afastamento de todos os envolvidos se encerrou no início deste mês. O documento cita uma decisão de outubro de 2017 que prorrogou por 120 dias o afastamento dos réus. No entanto, na nova decisão o juiz entendeu que, além do prazo de 120 dias ter sido prorrogado por algumas vezes, não existem novas informações concretas que apontem para eventuais ações dos réus pendentes a prejudicar a instrução processual.
“Assim, revogo a medida cautelar de afastamento dos agentes públicos decretada nestes autos. Ressalto, porém, que, esta decisão apta a autorizar o retorno dos réus ao trabalho, somente tem efeito em relação ao afastamento decorrido, especificamente, dos presentes autos, não alcançando eventuais medidas que em face daqueles tenham sido tomadas no âmbito de algum procedimento administrativo e/ou criminal, pois há que se resguardar a independência das esferas”, pontuou o magistrado.
A operação “Abadom” foi deflagrada pela Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE), no dia 27 de junho de 2013. O delegado e os investigadores ficaram presos por um tempo e depois conseguiram liberdade por meio de habeas corpus. Depois da primeira prisão em junho de 2013 e a consequente revogação da mesma, João Bosco e sua esposa voltaram a ser presos outras duas vezes. Em todas elas, conseguiram habeas corpus para responder ao processo em liberdade.
Na esfera criminal, Bosco e Gláucia foram denunciados pelos crimes de associação para o tráfico e corrupção passiva enquanto os policiais foram denunciados por sequestro e abuso de autoridade por invasão de domicílio. A denúncia do Ministério Público apontou que os agentes agiram mediante recebimento/promessa de vantagem indevida no intuito de darem proteção e cobertura à atividade criminosa de um grupo de traficantes que atuava na capital e em várias regiões do Estado. A quadrilha figurava como uma das principais distribuidoras de pasta-base para outros fornecedores do interior.
Com Gazeta Digital