O governador Mauro Mendes (DEM) afirmou que a falta de controle das despesas públicas levou o Estado a enfrentar uma das piores crises econômicas dos últimos 20 anos. No discurso da posse, ele disse que Mato Grosso coleciona números vergonhosos e destacou atrasos dos salários dos servidores públicos, nos pagamentos aos fornecedores e atrasos de repasses de recursos constitucionais.
“O Governo do Estado de Mato Grosso hoje coleciona, em contrapartida do que aconteceu na economia privada, números que certamente envergonham a todos nós. Salários atrasados, fornecedores há meses sem receber, prefeitos sem receber a verba constitucional obrigatória, principalmente na área da Saúde, colapso nos nossos hospitais regionais, esses são apenas alguns números não mais indícios, mas formas claras de perceber que algo muito errado está acontecendo no nosso Estado”.
O Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso triplicou desde 2008, mas as riquezas produzidas durante o período não foram trazidos em melhoria dos serviços públicos.
“Em contrapartida meus amigos, o PIB, que são todas as riquezas produzidas nesse Estado nos últimos dez anos, triplicou no Estado de Mato Grosso. Como nós fomos capazes de produzir tanta riqueza e essa riqueza não ter sido traduzida em melhoria na qualidade de vida para a grande maioria do nosso povo e da nossa gente?”, questionou.
Ele ainda destacou a importância do setor do agronegócio para a economia do Estado e defendeu debates sobre taxação do setor.
“Muito bem disse o nosso presidente [da Assembleia Legislativa] Eduardo Botelho, não queremos transformar Mato Grosso em apenas num grande produtor das commidities agrícolas, tão importantes e que dão a todos nós brasileiros orgulho. Mesmo que não sejamos membros do agronegócio mato-grossense, mas todos nós temos que nos orgulhar e reconhecer o que esse importante setor da nossa economia tem feito a esse Estado. Mas, certamente, precisaremos fazer bons debates sobre o modelo de tributação que vai permear as relações de Estado e iniciativa privada nos próximos anos”, frisou.
“Mas não podemos falar em tributação e aumento de receitas se nós não formos capazes de compreender que o problema do Estado nos últimos anos não foi a falta de receita, mas foi o absoluto descontrole da despesas que nos levou e mergulhou numa das piores crises dos últimos 20 anos”, acrescentou.
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