A novela Paraíso Tropical está mesmo passando por seu inferno astral. Além de não alcançar audiência digna do horário nobre, a trama está gerando revolta entre as garotas de programa que circulam na avenida Atlântica, em Copacabana. Elas reclamam que estão tendo prejuízo por causa das gravações feitas pelo núcleo da Bebel (Camila Pitanga) exatamente nos pontos onde sempre trabalham.
“As gravações atrapalham a gente. Sempre que rolam, temos que nos deslocar para outro ponto da praia e perdemos clientes”, diz uma garota de programa que não quis se identificar.
Muitas prostitutas escondem da família sua verdadeira profissão. “Eu corro das gravações. Deus me livre aparecer sem querer em alguma delas. Tenho marido e ele pensa que eu sou babá”, disse uma delas.
Cada dia sem trabalhar significa prejuízo entre R$ 400 e R$ 1,6 mil. “Sempre que tem gravação, acabo voltando para casa”, reclama uma garota de programa.
Disputa só aumentou
A novela atraiu mais concorrência. É o que garantem prostitutas que fazem ponto em Copacabana: “tem muita garota de programa por aqui. A disputa ficou ainda mais acirrada”, conta uma delas.
Outra colega de profissão reclama que a trama pode construir uma imagem forte da prostituição no bairro. “É como se Copa fosse o foco da prostituição no Rio. Também há na Barra, por exemplo. A Globo poderia fazer uma cidade cenográfica de Copacabana no Projac. Isso acabaria com o nosso prejuízo”, sugere uma garota de programa.
Claro que elas também elogiam a novela e, principalmente, a personagem de Camila. “Bebel tem o nosso jeito. As roupas, o gestual e a maneira de falar são parecidos comigo e minhas colegas”, elogia uma das meninas.
Vale lembrar que o rebolado da atriz foi ensinado pela dançarina Adriana Barbosa, que se apresenta em palcos das boates de Copacabana.
“Dei duas aulas para a Camila. Ela aprendeu rapidinho, pois tem um gingado natural”, avaliou a professora. As aulas foram dadas na boate Cicciolina.
Camila já virou musa para muitas prostitutas. “Ela tem um corpão e está valorizando nossa profissão”, acredita uma garota de programa.
OD