Pesquisadores brasileiros e dos EUA mostraram que um mosquito transgênico resistente ao parasita da malária consegue competir com sucesso com seus colegas transmissores, o que torna mais próxima da realidade uma nova estratégia para o combate à doença.
As fêmeas de mosquito do gênero Anopheles transmitem o plasmódio, parasita da malária. Os cientistas queriam saber se, disseminando mosquitos transgênicos resistentes a esse protozoário, seria possível reduzir a população dos outros.
Uma equipe da Universidade Johns Hopkins (EUA), liderada pelo brasileiro Marcelo Jacobs-Lorena, publicou o trabalho na edição de hoje da revista “PNAS”.
A equipe juntou duas populações de mosquitos, uma selvagem e outra transgênica, num ambiente com camundongos infectados com malária. Depois de nove gerações, 70% dos mosquitos da população eram transgênicos, contra 30% da variedade selvagem. Os transgênicos tinham maior índice de sobrevivência e colocavam mais ovos.
Mas quando os mosquitos tinham sangue não-infectado à disposição, ambos sobreviviam em taxas comparáveis. Na natureza, nem todos os insetos são infectados, por isso os cientistas precisam entender melhor como é essa competição para que a resistência ao parasita se espalhe entre os mosquitos.
FSP