Preso há quase um mês no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), o deputado estadual Mauro Savi (PSB) foi proibido pela Justiça de Mato Grosso de receber a visita de outros denunciados. Savi foi preso durante a operação Bônus, deflagrada no dia 9 de maio. Por meio dos advogados, Por meio dos avogados, ele nega as acusações.
A decisão é do desembargador José Zuquim Nogueira, o mesmo que autorizou a prisão do parlamentar e outros envolvidos num suposto esquema de fraude e desvio no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT).
Além dele, foram presos por suposto envolvimento Paulo e Pedro Jorge Taques, primos do governador Pedro Taques (PSDB). Os dois também negam a acusação.
A determinação da suspensão das visitas foi assinada no dia 30 de maio após o Ministério Público (MPE) denunciar supostas regalias ao deputado.
No pedido de suspensão, o MPE aponta que os presos na operação estariam, em tese, usufruindo de regalias não estendidas aos demais segregados no CCC.
“Estive no CCC como combinado, constatei no local a entrada de mercadorias em benefício dos presos. […] Questionei a quantidade e o diretor informou que estava entrando uma quantidade maior de frutas porque não haverá visita no final de semana”, diz trecho da vistoria feita.
Em outro trecho do documento, a entrada de investigados na mesma operação é apontado.
Segundo o MPE, os parlamentares estariam usando da influência política e de supostas prerrogativas, para desrespeitarem as regras do sistema penitenciário para obter livre acesso aos denunciados.
“Fiz a checagem do livro de visita e constatei a entrada dos deputados Nininho e Max Russi […] além de uma comissão de servidores da Assembleia Legislativa, sob o argumento de que iriam inspecionar as instalações onde se encontrava recolhido o deputado”, diz o documento.
Na decisão que proíbe as visitas de outros investigados, o desembargador determina ainda que:
- as visitas dos denunciados na operação sejam previamente autorizadas;
- e que os visitantes apresentem carteirinha de visitante como é exigido.
Operação Bônus
A operação Bônus é resultado da análise dos documentos apreendidos na primeira fase da Bereré, dos depoimentos prestados no inquérito policial e colaborações premiadas.
A primeira fase da Operação Bereré aconteceu em fevereiro deste anoe investigava um esquema que desviou dinheiro do Detran, com o apoio de políticos, por meio de empresas de fachada.
Em nota, o governo diz que o contrato com a empresa EIG Mercados Ltda (antiga FDL), por meio da qual teriam sido desviados recursos públicos do Detran, foi rompido após a primeira fase da operação, em fevereiro, e que “tomou todas as medidas administrativas necessárias para evitar prejuízo ao erário”.
G1-MT