Em tempos de retrospectivas de fim de ano, uma notícia parece estar relembrando os acontecimentos da década passada. Isso porque o senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) estaria cogitando um 'repeteco' da sua campanha em 1989 e pensa em se candidatar, nas eleições de 2018, ao cargo de presidente da República do Brasil.
Tal notícia foi veiculada, neste fim de semana, pelo site da revista Época . De acordo com a publicação, o também ex-presidente Fernando Collor vem manifestando esse interesse político às pessoas que são próximas a ele.
O parlamentar estaria interessado em concorrer ao cargo mais alto do Poder Executivo no ano que vem, em substituição ao seu mandato no Senado Federal, que só vai terminar em 2022. O senador não chegou a confirmar tal informação.
O problema é que, assim como outros políticos de grande expressão no cenário e no histórico brasileiro, Collor responde a investigações no Supremo Tribunal Federal (STF), o que pode prejudicá-lo na eventual campanha.
Réu na Lava Jato
Collor é réu nas investigações da Operação Lava Jato . A Procuradoria-Geral da República acusa o parlamentar de receber R$ 29 milhões em propina pela suposta influência política na BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras.
Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, além de Collor, estão envolvidos no suposto esquema a mulher do senador, Caroline Collor , e mais seis acusados que atuavam como “operadores particulares” e “testas de ferro” no recebimento dos valores.
Sobre a acusação que tramita no STF, Collor afirma que “como no passado, terá oportunidade de comprovar sua inocência".
O ex-presidente ainda afirmou, quando a denúncia foi aceita, que os ministros da Corte repudiaram os “excessos da acusação”.
“Mesmo em relação ao remanescente da denúncia, a Corte apontou o absurdo da multiplicidade de acusações em relação a um mesmo fato, ressaltando que nessa etapa não fazia qualquer juízo quanto à existência ou não de crime”, informa a nota.
Quando apresentada a denúncia, apesar de ter sido votada favoravelmente por unanimidade pelos cinco ministros da 2º Turma do STF, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Celso de Mello, Dias Toffoli e o relator da Lava Jato, Edson Fachin, Mendes e Toffoli apontaram que havia “excessos” na acusação da PGR.
Durante a primeira parte do julgamento, os advogados do político defenderam a rejeição da denúncia. A defesa sustentou, durante o julgamento, que não havia provas de que o parlamentar teria recebido dinheiro desviado. Para o advogado Juarez Tavares, não há ato de ofício que possa comprovar contrapartida por parte de Fernando Collor para receber a suposta propina.
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