O sonho de brilhar na passarela, que acompanha a paulista Vanessa Feliciano desde a infância, está perto de virar realidade. Semana passada, a moça humilde de 19 anos, que costumava ajudar a mãe na lavoura, consagrou-se Miss Capão Bonito (SP), vai concorrer a Miss São Paulo e tentar a sonhada carreira de modelo.
“Sempre gostei de passarela, salto alto, vestido longo, acho bonito”, conta Vanessa, 1,73 metro e 52 kg. “Não imaginava ganhar o concurso. Fiquei surpresa”, diz ela, que teria sido chamada por um olheiro da agência Ford para fazer teste. “Ficamos sabendo da história dela agora. Vamos apurar quem falou com Vanessa e saber se era realmente alguém da agência”, diz Rejane Bredario, da Ford Models de São Paulo.
Fazer parte do mundo glamouroso da moda sempre incentivou Vanessa a ir em frente, apesar das dificuldades. Filha de pais separados, começou a trabalhar aos 13 anos como empregada doméstica e babá. Em seguida, suou a camisa como bóia-fria, catando laranjas. Atualmente mora com 13 pessoas, incluindo a mãe, 5 irmãos, tias e primos, numa casa de dois quartos. Mas nunca desistiu: concluiu o ensino médio e participou de vários concursos de beleza.
“Aprendi a andar de salto alto sozinha”, diz, orgulhosa. Agora, se prepara para conquistar São Paulo, onde dará uma repaginada no visual: “Só fui lá uma vez. Sonho mesmo é visitar o Rio para conhecer a praia. Adoraria ir na Praia de Copacabana”.
Não é de hoje que o mundo da moda fabrica Cinderelas. Uma das mais bem-sucedidas foi Shirley Mallmann, que era operária numa fábrica de sapatos em Lajeado, Sul do País, até virar top internacional. Outras beldades não tiveram tanta sorte: a ex-militante do MST Debora Rodrigues, depois de posar para a ‘Playboy’, desistiu da carreira e virou piloto de Fórmula Truck. Catadora de lixo, Cristiane de Andrade foi descoberta por Giovanna Antonelli, contratada pela Mega Models, mas se desiludiu com a profissão. Boa sorte para Vanessa.