Uma multidão invadiu na manhã desta quarta-feira o centro de Beirute e a grande praça dos Mártires para homenagear Rafic Hariri, ex-primeiro-ministro libanês assassinado há dois anos. Muitas pessoas, com bandeiras libanesas nas mãos, se concentraram na praça depois de percorrer até cinco quilômetros pela cidade, que tem várias avenidas bloqueadas pelo Exército.
A capital libanesa é objeto de um forte dispositivo de segurança por este aniversário, lembrado com a crise política como pano de fundo e depois de um atentado, terça-feira, que deixou três mortos em uma área cristã nos arredores de Beirute.
A multidão se reuniu na praça dos Mártires, onde está o túmulo do ex-premier, ao pé da grande mesquita de Al-Amin. A maioria usava lenços da cor azul em volta do pescoço, símbolo da Corrente do Futuro, principal partido político da atual maioria parlamentar anti-Síria, liderada pelo filho de Rafic Hariri, Saad.
As forças pró-governamentais acusam o regime sírio e seus aliados libaneses de envolvimento no atentado contra Hariri, no qual morreram outras 22 pessoas, entre elas o deputado Bassel Fleihan.
Reforço da segurança
Depois do atentado de ontem, foram erguidas barreiras de concreto para separar os participantes da comemoração dos militantes da oposição, que desde 1º de janeiro se manifestam no centro da capital para exigir a renúncia do Governo.
Saad Hariri, filho e herdeiro político do ex-governante assassinado, disse que o atentado de ontem foi uma tentativa de impedir a homenagem ao seu pai. As conseqüências do atentado que acabou com a vida de Hariri continuam pesando sobre o Líbano, um país dividido e imerso numa profunda crise política.
