segunda-feira, 25/11/2024
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Senado pode votar nesta terça-feira decisão do STF que afastou Aécio Neves

Senado poderá colocar em votação, nesta terça-feira (3), a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que afastou Aécio Neves (PSDB-MG) do mandato parlamentar e impôs a ele recolhimento domiciliar noturno.

Aécio foi novamente afastado na semana passada, a pedido da Procuradoria Geral da República. Ele já havia sido afastado em maio, após as delações da JBS e, em junho, retornou ao mandato.

AFASTAMENTO DE ÁECIO: PERGUNTAS E RESPOSTAS

Dois dias depois do novo afastamento, o plenário do Senado aprovou um requerimento de urgência apresentado pelo líder do PSDB, Paulo Bauer (SC), – e assinado pela maioria dos líderes partidários – para incluir a decisão do STF na pauta de votações da Casa.

Com isso, o Senado deverá decidir sobre o afastamento de Aécio e, conforme a Secretaria Geral da Casa, se a decisão do Supremo for derrubada, o tucano poderá retornar imediatamente às atividades parlamentares.

Com base nas delações de executivos da J&F, a PGR afirma que Aécio praticou os crimes de corrupção passiva e obstrução da Justiça por pedir e receber R$ 2 milhões da JBS, além de ter atuado no Senado e junto ao Executivo para embaraçar as investigações da Lava Jato. Aécio nega as acusações e se diz "vítima de armação".

 

No site do Senado, nome de Aécio Neves está na lista dos afastados

No site do Senado, nome de Aécio Neves está na lista dos afastados

 

Definição sobre a data

 

Nos últimos dias, chegou a ser cogitada no Senado a hipótese de se aguardar uma definição, pelo STF, sobre o procedimento a ser adotadoquando houver decisão judicial determinando a suspensão do mandato parlamentar. O julgamento está marcado para o próximo dia 11 de outubro.

 

Mas, nesta segunda (2), o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), informou que a votação está mantida para esta terça. Ele deu a declaração após se reunir com a presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia.

"A pauta está mantida porque há um requerimento de urgência […]. O requerimento foi aprovado. Então, a matéria está na pauta. Se ela vai ser votada amanhã [terça] ou quarta, aí depende dos entendimentos, mas está pautada", declarou Eunício

Para evitar desgastes com o STF, alguns parlamentares defendiam que o Senado aguardasse o julgamento do dia 11 de outubro para votar a decisão da Suprema Corte.

O líder do PMDB, Raimundo Lira (PB), por exemplo, defendeu o adiamento. Já o líder do PSDB, Paulo Bauer, disse que não há motivospara o Senado aguardar o STF.

 

Medidas

 

Ao analisar o caso de Aécio, na semana passada, a maioria dos ministros da Primeira Turma decidiu:

 

  • Afastar Aécio do mandato parlamentar;
  • Proibir o contato do senador com outros investigados no mesmo caso;
  • A entrega do passaporte de Aécio;
  • O recolhimento domiciliar noturno do tucano.

 

Responsável por apresentar o pedido para o Senado analisar a decisão do STF, o líder do PSDB, Paulo Bauer, afirma que não existe previsão constitucional para o Poder Judiciário afastar um senador em pleno exercício do mandato.

Bauer afirma, ainda, que a decisão coloca em conflito o princípio da separação dos Poderes e que, na opinião dele, o recolhimento domiciliar noturno tem "natureza restritiva de liberdade".

Em meio à polêmica sobre o assunto, o PT divulgou uma nota na semana passada na qual, embora tenha criticado Aécio, disse que o Senado precisa "repelir" e não pode aceitar a decisão do STF.

Na avaliação do comando do PT, o Código de Ética do Senado dá poderes para a Casa tratar da situação de Aécio e, por isso, o partido pediu ao Conselho de Ética que abra processo para cassar o mandato do tucano.

 

Legislação

 

O Artigo 53 da Constituição diz que os membros do Congresso Nacional não podem ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável.

Nesse caso, os autos são remetidos em 24 horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria, o Senado ou a Câmara decida sobre a prisão.

Mas o artigo 319 do Código de Processo Penal diz que recolhimento domiciliar é medida diferente de prisão.

Entre as medidas cautelares diversas de prisão, o artigo prevê: "recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos”.

O assunto gerou divergência entre pessoas dos mundos político e jurídico na semana passada.

Houve quem defendesse que a decisão judicial deveria ser cumprida sem que o Senado se manifestasse sobre o assunto e que a discussão deveria se restringir à Suprema Corte. Parlamentares como Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Álvaro Dias (Pode-PR) fizeram declarações nesse sentido.

Por outro lado, alguns senadores afirmaram o caso de Aécio deveria ser debatido pelo Senado. O PT, por exemplo, divulgou nota em que dizia que não há "previsão constitucional" para o afastamento do senador.

 

Votação

 

Segundo a Secretaria Geral do Senado:

 

  • A votação será aberta (na qual o voto de cada senador é tornado público);
  • As medidas impostas a Aécio serão votadas em conjunto, sem fatiamento;
  • São necessários os votos de, pelo menos, 41 senadores contra a decisão do STF para o afastamento de Aécio ser derrubado.

G1

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Parmenas Alt
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