quinta-feira, 21/11/2024
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Supermalária preocupa especialistas

 

Uma forma de ‘supermalária’, resistente à principal linha de tratamento disponível atualmente contra a doença, está se disseminando rapidamente pelo Sudeste Asiático e preocupa especialistas. Segundo um novo artigo publicado no periódico científico The Lancet Infectious Diseases, essa resistência teria sido originada por diversos fatores, como o fato de os pacientes não tomarem os medicamentos de forma adequada até o fim, políticas inadequadas de tratamento em algumas regiões e ampla disponibilidade de medicamentos sem receita, incluindo versões baratas e de qualidade inferior.

Ameaça

A malária é uma doença causada pela infecção dos glóbulos vermelhos humanos por quatro espécies do parasita unicelular Plasmodium: Plasmodium vivax, Plasmodium ovale, Plasmodium malarie e Plasmodium falciparum. A ‘supermalária’ resistente aos medicamentos artesunato e piperaquina – principal linha de tratamento contra a infecção – é resultado de uma mutação no Plasmodium falciparum e já foi identificada em cinco países: Camboja, Laos, Tailândia, Vietnã e Mianmar.

De acordo com o artigo, assinado por especialistas em medicina tropical da Universidade Mahidol, na Tailândia, o tratamento não funcionou em quase um terço do casos no Vietnã e cerca de 60% no Camboja, onde foi registrada a primeira ocorrência.

Esse tratamento tem como principal objetivo reduzir a carga parasitária em pacientes infectados, possibilitando que os outros medicamentos façam efeito. No entanto, o fato de um dos parasitas ter se tornado resistente a eles pode impactar consideravelmente a contenção da disseminação da doença.

Os autores consideraram esses dados alarmantes diante da possibilidade dessa versão resistente chegar à África, onde ocorrem 92% dos casos de malária. “Essa é uma séria ameaça. É uma corrida contra o relógio. Temos que eliminá-la antes que a malária se torne incurável novamente.”, disse Arjen Dondorp, líder da equipe de pesquisa, à BBC News.

Outros medicamentos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatizou que existe a possibilidade de o parasita ser eliminado com o uso de outros medicamentos antimalariais. Entretanto, esses remédios demoram mais para fazer efeito.

Além disso, os pesquisadores alertam para o fato de o parasita ter se tornado resistente a dois medicamentos, o que aumenta a possibilidade de resistência aos demais existentes.

 

 

 

 

 

Veja.Com

 

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