Por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a Editora Globo, um dos ramos das Organizações Globo, terá que pagar R$ 410 mil de indenização por danos morais para o casal Estevam e Sônia Hernandes, líderes da Igreja Renascer em Cristo. O ministro Francisco Peçanha Martins, presidente em exercício do STJ, determinou que o pagamento fosse feito em 15 dias, a partir da data da decisão, sob risco de multa de 10% por inadimplência.
Em 2002, os líderes da Renascer entraram com ação pedindo indenização à Globo por danos morais, segundo informações divulgadas pela versão on-line do jornal ‘O Estado de São Paulo’. Eles alegam que foram atingidos em sua honra pelo conteúdo das reportagens publicadas na revista ‘Época’, nas edições de número 209 e 210.
Foi mais uma condenação judicial sofrida pelas Organizações Globo nos últimos anos. A Rede Globo, por exemplo, tem sido alvo de diversas ações movidas por pessoas ou grupos que se sentem prejudicados com o comportamento da emissora.
Foi o que aconteceu por exemplo com os proprietários da Escola Base de São Paulo, alvo de uma campanha difamatória. Por ter veiculado acusações de abuso sexual contra os dirigentes e o motorista da instituição sem que tenha sido provada a culpabilidade dos envolvidos, a emissora foi condenada pela 7ª Câmara de Direito Privado do TJ-SP a pagar R$ 1,35 milhão, divididos entre Icushiro Shimada, Maria Aparecida Shimada e Maurício Monteiro de Alvarenga, respectivamente donos e motorista da escola.
Outras condenações
A Globo também foi condenada pela 2ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal a indenizar em cerca de R$ 5 mil, por danos morais, o ex-senador Luiz Estevão por causa de comentários do jornalista Arnaldo Jabor.
Em outro processo, a 6ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo condenou a Globo a pagar R$ 2 milhões por danos morais à família Matarazzo, por ter divulgado seqüestro contra a vontade da família dos reféns. Em março de 2000, Gonçalo Matarazzo e seu filho foram seqüestrados próximo à Campinas, no interior de São Paulo. A Rede Globo também foi condenada a pagar R$ 5 milhões ao Conselho Federal de Enfermagem. No episódio do programa ‘A Grande Família’ do dia 10 de julho, uma personagem enfermeira teria sido retratada “com conotação sexual”.
A certeza da impunidade
Na opinião do experiente jornalista Hélio Martins, as Organizações Globo não têm o mesmo poder de antes, mas ainda se comportam como se fossem eternamente impunes: “Eles acreditam que possuem o poder de transformar em verdade qualquer coisa que publiquem ou divulguem, sem medir conseqüências. Foi o que aconteceu no caso da Escola Base. A Globo divulgou uma denúncia de abuso sexual no poderoso ‘Jornal Nacional’ sem apurar a verdade. Isso provocou a destruição moral de várias pessoas e nem a sentença da Justiça, condenando a emissora a pagar indenização aos prejudicados, serviu para recuperar vidas jogadas na lama. O caso da Igreja Renascer faz parte da notória má vontade que a Globo tem com os pentecostais. Eles mudam informações, alteram fatos com o objetivo de criar um desconforto da sociedade em relação aos evangélicos. As decisões da Justiça mostram que a situação está mudando e, brevemente, a Globo – que tem uma dívida impagável – vai ter que parar de se comportar como se todos devessem a ela”.