A China realizou em janeiro um teste com um míssil de alcance médio capaz de eliminar satélites. O foguete destruiu um artefato meteorológico FY – 1C dos próprios chineses que estava fora de uso e causou reações dos EUA, Austrália, Japão, Inglaterra e Canadá.
O Departamento de Estado norte-americano afirmou que a vida moderna depende da segurança de artefatos no espaço e se mostrou preocupado com a comunicação mundial, uma vez que telefonia e sinais de televisão, muitas vezes, são transmitidos através dos satélites. No entanto, especialistas afirmam que o mundo ainda não tem tecnologia para que foguetes atinjam a órbita de satélites de longa distância (usados para as telecomunicações).
Autoridades chinesas comunicaram aos Estados Unidos que não têm intenção de instalar armamentos no espaço e que seu programa espacial é voltado para aplicações pacíficas e científicas. Disseram também que não se trata do início de uma corrida armamentista ao espaço. Mas o Departamento de Estado americano afirmou que o teste atual mostra que também existe um lado militarizado do programa chinês.
Os Estados Unidos afirmam que o satélite destruído pela China estava a mais de 850 quilômetros de distância da Terra e que, para abatê-lo, seria necessária uma tecnologia altamente complexa. Ainda segundo os EUA, o orçamento militar chinês seria superior a US$ 80 bilhões, mas Pequim só comunicou oficialmente gastos de US$ 30 bilhões.
Em nome da Rússia, o vice-primeiro-ministro, que também é ministro da Defesa, Serguei Ivanov, disse que as informações sobre o foguete chinês divulgadas pela imprensa são exageradas.
Os Estados Unidos possuem hoje um grande programa de sistemas anti-satélites, que vão de canhões a laser a satélites matadores de satélites. Informações não oficiais dão conta de que Rússia e Japão também dispõem desse tipo de tecnologia.
Clarice Werneck