Muitas escritoras já dissertaram sobre os prazeres e as dificuldades decorrentes do amor entre duas mulheres. A GALILEU separou algumas obras que valem a pena conferir:
Flores Raras e Banalíssimas (Ed. Rocco), Carmen L. Oliveira
O livro narra o romance entre a poeta norte-americana Elizabeth Bishop e a paisagista e urbanista brasileira Lota de Macedo Soares, na década de 1950. Mais do que isso: também é uma extensa pesquisa sobre a obra poética de Bishop e a luta burocrática enfrentada por Lota para construir o tão sonhado parque do Aterro do Flamengo. A obra ganhou uma versão bilíngue para o cinema com direito a Glória Pires no papel da brasileira.
Fun Home (Conrad), Alison Bechdel
Esta graphic novel é uma visita às memórias da autora Alison Bechdel, famosa por criar o teste de Bechdel, que analisa a participação feminina nos filmes. Em Fun Home, a quadrinista detalha a descoberta de sua homossexualidade e sua relação com o pai (gay não assumido). Vencedora do prêmio Eisner, de 2007, a HQ também virou musical e recebeu o Tony de melhor musical de 2015.
Azul é a Cor Mais Quente (Martins Fontes), Julie Maroh
A história — conhecida pelo filme francês homônimo — narra a descoberta da sexualidade de uma adolescente, que se apaixona por uma mulher mais velha de cabelos azuis. Sem poupar o leitor, Maroh descreve as tristezas e as maravilhas do relacionamento.
Eu Sou Uma Lésbica (Record), Cassandra Rios
A autora, que morreu em 2002, detém o título de primeira mulher a vender um milhão de exemplares no Brasil e também o de pessoa mais censurada na década de 1970 — de seus 36 livros lançados na época, 33 foram proibidos. Apesar da escrita erótica, muitas vezes tida como de baixa qualidade, Rios tinha um defensor de peso: Jorge Amado. Nesta compilação de textos da revista Status, ela reflete sobre o relacionamento entre mulheres. Recentemente, sua vida foi contada em um documentário.
Carol (Ed. L&PM), Patricia Highsmith
Romances lésbicos com finais felizes podem até ser mais simples de encontrar nos dias de hoje, mas na década de 1950 só Highsmith ganhou destaque por pensar nessa "ousadia" — e ela nem assinou a obra com seu nome. A história, que mostra a relação entre uma jovem vendedora e uma mulher mais velha, foi adaptada para o cinema e concorreu ao Oscar de Melhor Filme, em 2015.
O Segundo Sexo (Ed. Nova Fronteira), Simone de Beauvoir
Clássicos dos clássicos: nesta obra fundamental para o feminismo, a filósofa existencialista analisa a condição da mulher na sociedade, trazendo um capítulo dedicado inteiramente à homossexualidade feminina — vivida pela própria autora, que tinha um relacionamento aberto com Jean Paul-Sartre, desde a década de 1940.
Curte o conteúdo da GALILEU