Em reunião realizada nesta terça-feira (22.08) entre o secretário de Estado de Saúde, Luiz Soares, e representantes dos cinco hospitais filantrópicos de Mato Grosso, ficou definido que em setembro as unidades iniciarão cirurgias em quatro especialidades médicas: cirurgia geral, vascular, urológica e ginecológica, que são aquelas que possuem as filas mais longas. Serão atendidos pacientes que estiverem na lista de espera até o mês de abril deste ano.
A medida, além de reduzir a lista de espera na Baixada Cuiabana, significa um aumento do faturamento dos hospitais, já que o governo vai pagar três tabelas do Sistema Único de Saúde (SUS). Os dirigentes dos hospitais apontam a defasagem na tabela de pagamento do SUS como a principal causa do déficit financeiro. Em Cuiabá, as cirurgias serão feitas pelos hospitais do Câncer, Santa Helena, HGU (Hospital Geral Universitário) e a Santa Casa de Misericórdia.
A proposta foi feita pelo governador na reunião realizada na quinta-feira passada (17) com os representantes dos hospitais, quando ficou definido que pelos próximos três meses o Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Saúde, irá fazer um “aporte emergencial” de R$ 2,5 milhões, por mês, para garantir o funcionamento dos cinco hospitais filantrópicos de Mato Grosso. Na ocasião, ficou acertado que o governo e os hospitais vão trabalhar em um plano conjunto para zerar a lista de espera por cirurgias.
“Na reunião, o governador Pedro Taques, preocupado com o tamanho da lista eletiva, orientou a SES na elaboração de um projeto chamado Papa Fila. No diálogo com os hospitais, em que se discutiu a crise financeira dos filantrópicos, além de ajuda financeira ficou estabelecido que estas entidades participariam desse projeto. E na reunião desta terça foram discutidos os detalhes da operacionalização do Papa Fila”, explicou o secretário Luiz Soares.
A primeira etapa deste projeto será desenvolvida nos meses de setembro, outubro e novembro. O pacote inclui consulta, exames, pré-operatório e pós-operatório. Na sequência, as cirurgias também serão estendidas para a Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis e também para o Hospital Regional Irmã Elza Giovanella e para as demais regiões do Estado, principalmente nas microrregiões onde estão localizados os hospitais regionais de Colíder, alta Floresta, Sorriso e Cáceres. Também serão realizadas cirurgias ortopédicas no Hospital Metropolitano de Várzea Grande. Estima-se que a lista de espera no Estado para as cirurgias eletivas gire em torno de 15 mil pessoas.
“Vai agilizar o acesso ao usuário e diminuir o tempo de espera. E o hospital também participa do planejamento e da organização do SUS. O gerenciamento e o monitoramento dos serviços a serem executados serão feitos de forma conjunta entre a SES e a Prefeitura de Cuiabá com a máxima transparência”, disse a secretária Executiva de Saúde da SES, Fátima Ticianel. Na reunião, não compareceu nenhum representante da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá. A informação é que a titular da pasta, Elizeth Araújo, estava em viagem.
Para o secretário Luiz Soares, com a execução do projeto Papa Fila, o município de Cuiabá, que recebe recursos para a média e alta complexidade do Ministério da Saúde, vai poder se organizar melhor a partir de abril. “Com essa situação, Cuiabá economizará dinheiro e ganhará fôlego administrativo para organizar melhor a sua lista de espera”, concluiu o secretário.