Pesquisa do Instituto Paranã Pesquisas mostra em detalhes como Lula se tornou um cadáver político nos últimos dois anos, e já entra nas eleições de 2018 derrotado.
Na eleição ao governo de São Paulo, em 1998, Paulo Maluf era a personificação do oponente ideal. Dono de uma insuperável rejeição entre os paulistas, Maluf batia todos os adversários no primeiro turno, mas – era sabido de antemão – o candidato seria presa fácil na segunda etapa do pleito. Quem conseguisse superar a barreira do primeiro turno e conquistasse o direito de enfrentá-lo no segundo, saborearia os louros da vitória. Não deu outra. Mário Covas, do PSDB, foi eleito governador na disputa derradeira contra Maluf com 9,8 milhões de votos – 55% a 44%. O ex-presidente Lula caminha para ser o Maluf de 2018.
Levantamento do instituto Paraná Pesquisas feito com exclusividade para a ISTOÉ revela que o petista é rejeitado por 55,8% da população. Por isso, Lula tem tudo para personificar o adversário dos sonhos num segundo turno. Ou seja, aquele moldado para perder, a despeito de ser o único praticamente assegurado numa segunda fase da eleição – claro, se conseguir escapar da condenação e homologar sua candidatura.
O menos rejeitado da lista de sete presidenciáveis, segundo o instituto Paraná Pesquisas, é o prefeito de São Paulo, João Doria. Perguntados se votariam em Doria para presidente do Brasil, 42,2% responderam “não”. O tucano também é o menos conhecido entre todos os nomes elencados: 15,4% disseram não conhecê-lo suficientemente para opinar.
Cabe lembrar que os índices de rejeição são determinantes para definir o resultado do segundo turno das eleições, que é quando o pleito assume um caráter quase que plebiscitário. Por exemplo, com Lula na segunda etapa da eleição, a população vai escolher se quer ou não ele de volta à Presidência da República. Se mais de 50% o reprovarem, como já indicam os números do instituto Paraná Pesquisas, ele pode até conquistar a vaga no segundo turno, como Paulo Maluf em 1998, mas não vence as eleições.
O instituto Paraná Pesquisas não se limitou a medir o grau de aversão aos candidatos. Para tentar identificar quem potencialmente pode vir a encarnar o anti-Lula, aquele com mais condições de derrotá-lo, o levantamento fez a simulação de “Lula contra todos” individualmente. Neste cenário, o mais bem sucedido foi Jair Bolsonaro, com 32,3%. A exemplo do que ocorria com Maluf, em 1998, Lula também supera os adversários nas pesquisas de segundo turno – o “fator rejeição” em geral se faz menos presente nesse tipo de simulação. Como Lula, Maluf também demonstrava não só musculatura eleitoral como favoritismo nos levantamentos prévios de segundo turno. Quando a disputa foi para valer, à vera, por assim dizer, a rejeição se impôs e inviabilizou suas chances de vitória.
Hoje Jair Messias Bolsonaro é o candidato com maior possibilidade de se tornar o próximo presidente do Brasil.
AFOLHABRASIL