A brasileira Cris Cyborg fará, depois de duas lutas casadas, a primeira em sua categoria original: a peso-pena. Ela irá enfrentar a norte-americana Tonya Evinger, no UFC 214, dia 29 de julho, em Anahein, nos Estados Unidos, e pode conquistar o título da categoria (qual ela foi campeã quando lutava pelo Invicta), que está vago. Mas a curitibana quer mais do que o cinturão.
"Eu não posso ser só mais uma no UFC, se eu disser 'amém' para tudo, vou ser mais uma. Eu quero fazer a diferença, melhorar o esporte. Não quero ser só a campeã do mundo, quero fazer a diferença, assim como pedi para que as mulheres tivessem mais categorias no UFC", declarou Cris Cyborg em videoconferência com a imprensa brasileira.
"Vou continuar lutando, se eu achar que está errado, eu não vou ficar calada. Quero melhorar o esporte e o futuro dele. Acredito que eu tenho que melhorar o esporte para as atletas que virão no futuro. É muito egoísmo pensar no agora e não considerar o futuro para as que ainda virão", acrescentou e aproveitou para criticar a ex-campeã da categoria, Germaine de Randamie, que não aceitou defender o cinturão contra ela.
"Se você está segurando o cinturão, tem que lutar com qualquer um. Quem está ali na boca pra lutar não pode ser segurada, isso tem acontecido, e eu não acho justo isso. Como Dana falou, antes de entrar no octógono, ela (Germaine) sabia que teria que lutar comigo. Acho que ela agiu de má fé, acho que já não queria lutar comigo, só queria pegar o cinturão, talvez ser a primeira a ter dois cinturões", alfinetou.
"Acredito que tem atleta que tem medo, mas isso não pode acontecer. Tem medo de quê? De perder? Tem que dar o melhor, treinar e deixar na mão de Deus. Perder não é o fim do mundo, é uma coisa q acontece. Você precisa estar preparado. Você pode perder uma batalha, mas não pode perder a guerra. É superação, dar a volta por cima, ganhar de novo. Isso que faz os fãs te seguirem, dar a volta por cima", continuou a lutadora.
A brasileira não sabe se será a nova campeã peso-pena, mas já pensa em um próximo desafio. Ela contou que aceitaria enfrentar Holly Holm, derrotada por Randamie na primeira disputa de título da categoria no UFC.
"Como a Holly lutou pelo cinturão da categoria até 66 kg, acho que seria uma luta boa, os fãs gostariam de ver, ela é uma striker, luta bem em pé. Por que não? Depende do resultado na luta pelo título dos pesos-galos, mas acho que o cinturão fica com a Amanda. Acho que, se tiver essa oportunidade, quem sabe não faríamos?", ponderou.
Empoderamento
Por fim, Cyborg afirmou que não quer ocupar o lugar deixado por Ronda Rousey desde que a norte-americana perdeu o cinturão dos galos, já que para ela, todas as lutadoras devem ser valorizadas e não apenas uma atleta.
"Eu acredito que o MMA feminino não pode ser só um rosto, tem várias atletas. Fizeram muito o rosto do MMA ser a Ronda, mas ela perdeu e não voltou mais. Quando a gente faz um rosto e ele sai, acaba ficando um posto vago. Eu estarei ali com o cinturão, representando todas as mulheres, assim como as outras lutadoras representam as mulheres. Acredito que o rosto do MMA são todas as meninas", finalizou Cris Cyborg.
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