O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que um dos desafios do Brasil no século 21 é o de se tornar a maior potência energética do mundo.
Em discurso na solenidade de inauguração da Usina de Biodiesel Brasil Ecodiesel, em Crateús (CE), ele acrescentou: “Ninguém tem as nossas condições. Pode até ter país maior do que o nosso, mas lá tem neve, furacão, tufão, terremoto. Lá tem um monte de coisa. Aqui não. Falta um pouquinho de chuva, mas nós vamos fazer a transposição do Rio São Francisco”.
De acordo com Lula, alcançar o objetivo de se tornar potência energética cabe apenas ao Brasil. “O mundo vai ter que entender que o Brasil é imbatível na produção de energia renovável, de energia limpa. E não depende do mundo para a gente produzir, depende de nós”, disse.
O presidente ressaltou, no entanto, que apesar de o biodiesel ser “nossa grande esperança”, o Brasil ainda enfrenta muita resistência por parte de países do chamado primeiro mundo. “Porque tudo o que é bom é o que eles fazem. O que nós fazemos, não pode. Na Alemanha já tem caminhão usando 100% de biodiesel. Na França já tem, mas as indústrias deles aqui no Brasil só querem utilizar 2%, 3%, 4%”, afirmou.
Lula criticou a produção de biodiesel dos Estados Unidos que, segundo ele, gastam uma fortuna para fazer álcool de milho: “Eu acho que é um desperdício gastar milho para fazer álcool, quando pode ser feito da cana de açúcar, em que a América Central, África e Brasil são imbatíveis”.
E também falou sobre a necessidade de o mundo deixar de emitir gases poluentes, com nova crítica aos Estados Unidos por não terem assinado o protocolo de Quioto. “Um país como os Estados Unidos, que é o maior poluidor do planeta, que não quis assinar o protocolo de Quito, continua poluindo”, disse.
Segundo o presidente, “nós ainda não somos considerados do primeiro mundo por conta do desenvolvimento econômico, mas por conta do compromisso com a humanidade, o Brasil não deve nada a ninguém”.
EC