Uma foto postada pelo parlamentar afastado Aécio Neves (PSDB-MG) , gerou certa revolta no procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ele usou a imagem, que foi compartilhada no Facebook, para reforçar o pedido de prisão de Aécio ao reforçar que mesmo afastado ele continua a exercer funções políticas. O fato, segundo Janot, contraria a decisão do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, que afastou Aécio de suas funções.
Para embasar o pedido de prisão de Aécio Neves, Janot mencionou que na foto compartilhada na rede social, em que ele estava em reunião com os senadores Tasso Jereissati (CE), Antonio Anastasia (MG), Cássio Cunha Lima (PB) e José Serra (SP) e na legenda fez a seguinte afirmação: ?Reuni-me na noite desta terça-feira, 30/05, com os senadores Tasso Jereissati, Antonio Anastasia, Cássio Cunha Lima e José Serra. Na pauta, votações no Congresso e a agenda política.?
Para Janot, a atitude de Aécio faz ?uso espúrio do poder político?, o que isso é possibilitado pelo ?aspecto dinâmico de sua condição de congressista representado pelo próprio exercício do mandato em suas diversas dimensões, inclusive a da influência sobre pessoas em posição de poder?, reiterou o procurador-geral da república.
Para ele, a liberdade de Aécio dá plenas possibilidades para que o mesmo atrapalhe as investigações dos crimes em que é acusado, uma vez que ele usa seu cargo para ter acesso a pessoas influentes e instituições. Segundo Janot, estar solto mesmo com tantos escândalos envolvendo seu nome ?lhe permite manter encontros indevidos em lugares inadequados?.
O pedido de prisão de Aécio tem julgamento previsto no Supremo Tribunal Federal na terça-feira (20), sendo que o pedido da procuradoria será analisado pela primeira Turma da Corte.
Em nota, a assessoria de Aécio Neves informou que o senador afastado tem cumprido integralmente a decisão do ministro Edson Fachin e se mantém afastado das atividades parlamentares. ?Entre as cautelares determinadas não consta o impedimento de receber visitas e discutir como cidadão, e não como parlamentar, assuntos diversos?, diz o texto enviado pela equipe do parlamentar afastado.
Acusações
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o afastamento do presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), do mandado de senador no último dia 18 de maio. Aécio é acusado pelo empresário Joesley Batista, proprietária da JBS, de lhe pedir dinheiro em meio às investigações da Operação Lava Jato. O valor de R$ 2 milhões foi rastreado e chegou ao senador Zezé Perrella (PMDB-MG).