A Associação Mato-grossense dos Municípios – AMM está mobilizo diversas autoridades regionais em prol da solução dos conflitos agrários no estado.O presidente da entidade, Neurilan Fraga, se reuniu com o procurador-geral do Estado, Mauro Curvo, para tratar do assunto. O encontro contou com a participação dos prefeitos de Colniza, Esvir Mendes, de Cotriguaçu, Jair Klasner, de Aripuanã, Jonas Rodrigues e de Juína, Altir Peruzzo. O objetivo é evitar novos confrontos, como o que aconteceu na gleba Taquaruçu do Norte, onde nove pessoas foram torturadas e mortas.
Fraga ressaltou que as medidas de segurança tomadas pelo Governo do Estado são paliativas e devem resolver a situação momentaneamente. Para o presidente apenas uma gre ação de regularização fundiária pode colocar fim aos conflitos. “Os prefeitos da região Noroeste vieram a Cuiabá em busca de apoio do poder público estadual e federal para dar uma resposta para a população e para garantir que a situação não se repita”, explicou.
Neurilan também contou que buscou a parceria do MPE para dar mais celeridade ao processo. “Nossa intenção é reunir todos os órgãos estaduais e federais envolvidos no processo de regularização para discutir o assunto e iniciar o trabalho naquela região, do mais segurança ao homem do campo”, frisou.
O procurador-geral do Estado, Mauro Curvo, avaliou que o trabalho para evitar novos conflitos deve acontecer em duas frentes. A primeira é a manutenção do policiamento e a punição dos responsáveis pelos ataques na gleba Taquaruçu e a segunda na mobilização pró-regularização.
Ele pré-agendou um encontro dos poderes no município de Juína para a segunda semana de maio. Devem participar representantes do MPE, da Procuradoria da República, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), prefeitos e vereadores. “Esse é um assunto muito importante e que precisa ser debatido com urgência para dar uma resposta à população”, explicou.
Durante a reunião, o prefeito Altir Peruzzo lembrou que a região foi colonizada em gre parte por corporativas e cooperativas, e que lá existem muitas terras devolutas, das quais não se sabe o proprietário legal. “Essa incerteza sobre os terrenos resultou em movimentos voluntários de ocupações nos últimos 15 anos”, afirmou. Ainda de acordo com o gestor, os atos violentos são frequentes e a sensação de insegurança é generalizada.
O bispo Dom Neri José Tondello destacou que a região Noroeste é muito conflitiva, principalmente nos distritos de Guariba e Três Fronteiras. O religioso ressaltou que a presença da polícia é pequena se comparado à extensão da área. Dom Neri agradeceu ao presidente da AMM pela articulação das reuniões em prol de uma solução definitiva para o problema, regularizo de forma democrática e pacífica a ocupação do espaço.