O calor ameno do início de outono é agradável e há poucas nuvens no céu. Vinte pessoas se dividem em quatro carros e descem a Serra rumo às cidades de Santos e Guarujá, no litoral sul de São Paulo. À primeira vista, pode até parecer que este é o relato de um bate-volta na praia entre amigos, mas a identidade dos ocupantes desses quatro carros deixa claro que a história aqui é totalmente diferente. Estamos falando de 20 homens do COE (Comandos e Operações Especiais), a tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo.
As equipes do grupamento do Comandos e Operações Especiais cumpriram na manhã desse domingo (26) dois mandados judiciais em endereços ligados a suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas e a facção criminosa PCC. Os mandados foram expedidos pela Justiça Estadual de SP.
Acompanhados de dois promotores do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), órgão responsável pela investigação, os policiais encontraram em uma residência no Guarujá um carregador de pistola calibre 380. O principal achado, no entanto, ocorreu no endereço de Santos.
 
De acordo com o Primeiro Tenente PM Cintra, que participou da operação pelo COE, os agentes encontraram durante as bucas já na residência de Santos uma pistola calibre 380 (compatível com o carregador apreendido no Guarujá).
Mas não é por acaso que o COE ostenta o título de tropa de elite da PM paulista. A vistoria dos Caveiras &ndash apelido interno dos policiais que integram o grupamento &ndash não ficou restrita àquilo que estava ao alcance dos olhos. No interior de um sofá, estava escondida também uma montanha de dinheiro, com R$ 321 mil em espécie e mais US$ 1.650 (cerca de R$ 5,1 mil).
Havia um casal no local, e o homem tentou explicar que comprou a arma em uma feira do rolo no Guarujá. Mas quando encontramos o dinheiro, eles não souberam explicar a procedência, conta o Tenente Cintra.
Também foram apreendidos cinco aparelhos celulares, que serão periciados, e uma cédula de 100 pesos colombianos, o que reforça a tese de que o dinheiro tem relação com o tráfico internacional de drogas e a facção criminosa PCC.
As apreensões e o casal foram encaminhados ao 1º Distrito Policial de Santos. As investigações são conduzidas pela Promotoria paulista em sigilo, portanto muitos detalhes do esquema ainda estão em segredo. Ainda assim, o Tenente Cintra não hesita em dizer que novas etapas dessa história estão por vir. Se necessário, os Caveiras do Comandos e Operações Especiais da Polícia Militar estarão lá.
 
 
IG.COM.BR