Um centro de prevenção e assistência para doentes de Aids informou nesta segunda-feira que processará a companhia farmacêutica Pfizer, fabricante do medicamento contra a impotência Viagra, por desencadear um aumento nas doenças sexualmente transmissíveis (DST) e Aids com suas táticas de marketing.
A AIDS Healthcare Foundation, o maior centro de prevenção, educação e assistência médica para a Aids nos Estados Unidos, acusou a Pfizer de oferecer deliberadamente o remédio contra a disfunção erétil a homens que não precisam.
O centro acusou a Pfizer de “práticas empresariais ilegais, desleais e fraudulentas” e sustenta que “o marketing desleal e enganoso de sua droga contra a disfunção erétil Viagra causou um aumento na propagação de doenças sexualmente transmissíveis, inclusive o HIV/Aids”.
“O marketing dirigido aos consumidores da Pfizer sobre o Viagra como uma droga para melhorar o desempenho sexual aponta fundamentalmente a homens que não necessariamente têm um diagnóstico de disfunção erétil”, disse Michael Weinstein, da AIDS Healthcare Foundation.
“Acreditamos que não só é irresponsável, mas também ilegal, especialmente à luz do conhecido uso da droga como parte de um “coquetel recreativo” de drogas que está alimentando a propagação de DSTs e HIV”, acrescentou.
A Pfizer, no entanto, descartou as acusações, indicando em um comunicado que sua publicidade deixa claro que o Viagra não protege contra DST e rejeitou a acusação de que a empresa promova o uso recreativo do medicamento.
“A Pfizer não promove o Viagra para uso recreativo. Sempre estivemos comprometidos com o uso seguro e apropriado do Viagra para o tratamento da disfunção erétil”, destacou o comunicado.
O Viagra foi lançado em 1998 e desde então rendeu lucros à Pfizer da ordem de bilhões de dólares.
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