Agora é lei. O colunista social e ícone da cultura mato-grossense José Jacinto Siqueira de Arruda, o Jejé de Oyá, agora é Patrono do Colunismo Social de Mato Grosso. O projeto de lei de autoria do presidente do Legislativo, deputado Guilherme Maluf (PSDB), aprovado ano passado, foi sancionado pelo governador e publicado no Diário Oficial que circulou na terça-feira (10). Há um ano, em 11 de janeiro de 2016, Jejé falecia aos 81 anos.
 
Estou feliz em ver concretizada esta justa homenagem a uma pessoa querida e que fez história em Mato Grosso, eternizada agora como Patrono do Colunismo Social, disse o deputado Maluf.
 
Jejé de Oyá nasceu em Rosário Oeste (MT), mas foi morar na capital ainda criança, aos quatro anos, após ter sido adotado por uma família do bairro Boa Morte. Começou no colunismo social ainda na década de 50, após ter se formado como alfaiate. No colunismo, usou inicialmente o codinome Dino Danuza, em homenagem a Danuza Leão. Depois, adotou a assinatura J. Jacintho.
 
Durante mais de três décadas, publicou sua coluna em diversos jornais, registrando a vida social e traduzindo com ironia tudo o que movimentava o alto escalão da sociedade cuiabana. Ser um colunável de Jejé era objeto de desejo entre as damas da capital, principalmente quando ele divulgava anualmente a lista das mais elegantes da cidade, além dos mais elegantes também.
 
Negro e homossexual, enfrentou preconceitos, mas se firmou como um dos colunistas mais conhecidos e irreverentes de Mato Grosso. Antes de ter a saúde debilitada, costumava desfilar pelas ruas da capital com batas coloridas, chapéus, pulseiras e colares, compartilhando alegria e bom humor. Jejé atribuía seu jeito espalhafatoso de vestir ao antigo sonho de ser padre. Eu uso o estilo bizantino, como para satirizar aquele desejo. As pessoas que não entendem é que criticam, explicava ele.
 
No final da década de 90, o colunista foi eleito como a personalidade com a cara de Cuiabá, em uma pesquisa realizada pelo jornal Diário de Cuiabá.