sexta-feira, 22/11/2024
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Menos de 1% das fazendas detém quase metade da área rural no país

Quase metade da &aacuterea rural brasileira pertence a 1% das propriedades do pa&iacutes, de acordo com o estudo in&eacutedito Terrenos da desigualdade: terra, agricultura e desigualdades no Brasil rural divulgado nesta quinta-feira pela organiza&ccedil&atildeo n&atildeo-governamental (ONG) brit&acircnica Oxfam. Os estabelecimentos rurais a partir de mil hectares (0,91%) concentram 45% de toda a &aacuterea de produ&ccedil&atildeo agr&iacutecola, de gado e planta&ccedil&atildeo florestal.

Estabelecimentos com menos de 10 hectares, por sua vez, representam cerca de 47% do total das propriedades do pa&iacutes, mas ocupam menos de 2,3% da &aacuterea rural total. Esses pequenos produtores produzem mais de 70% dos alimentos que chegam &agrave mesa do brasileiro, j&aacute que as grandes monoculturas exportam a maior parte da produ&ccedil&atildeo.

O estudo mostra a cidade de Correntina, na Bahia, como exemplo emblem&aacutetico dessa realidade, onde os latif&uacutendios ocupam 75,35% da &aacuterea total dos estabelecimentos agropecu&aacuterios. Nessa cidade, a pobreza atinge 45% da popula&ccedil&atildeo rural e 31,8% da popula&ccedil&atildeo geral. Os munic&iacutepios com maior concentra&ccedil&atildeo de terra apresentam os menores &iacutendices de Desenvolvimento Humano e aqueles com a menor concentra&ccedil&atildeo tinham os melhores indicadores sociais.

A diretora executiva da Oxfam Brasil, Katia Maia, explicou que a concentra&ccedil&atildeo de terra gera desigualdade em todos os setores vinculados &agrave produ&ccedil&atildeo da terra. Quanto maior a concentra&ccedil&atildeo de terra, maior a concentra&ccedil&atildeo de investimento, de maquin&aacuterio, que vai se expandindo para diferentes setores. A moderniza&ccedil&atildeo da agricultura n&atildeo demonstrou melhora na condi&ccedil&atildeo de vida da popula&ccedil&atildeo, disse. N&uacutemeros preliminares mostram que os munic&iacutepios com maior concentra&ccedil&atildeo t&ecircm n&iacutevel maior de pobreza.

Cr&eacutedito

As grandes propriedades rurais com mais de mil hectares concentram 43% do cr&eacutedito rural, enquanto para 80% dos menores estabelecimentos esse porcentual varia entre 13% e 23%.

A concentra&ccedil&atildeo de terra contribui para a incid&ecircncia de trabalho escravo, de acordo com o estudo. De 2003 a 2013, 82% das autua&ccedil&otildees do Minist&eacuterio do Trabalho e Emprego por trabalho an&aacutelogo ao de escravo ocorreram no oeste da Bahia, com grande concentra&ccedil&atildeo de terra. Somente em Correntina, 249 trabalhadores foram encontrados nessas condi&ccedil&otildees.

O estudo agrupou os munic&iacutepios de acordo com a relev&acircncia agropecu&aacuteria: o grupo de 1% com maior concentra&ccedil&atildeo de terras, os 19% seguintes e os 80% restantes, com base no &uacuteltimo Censo Agropecu&aacuterio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat&iacutestica (IBGE), de 2006, e o IBGE Cidades, de 2010.

Dados do Instituto Nacional de Coloniza&ccedil&atildeo e Reforma Agr&aacuteria (Incra) indicam que 729 pessoas f&iacutesicas e jur&iacutedicas se declaram propriet&aacuterias de im&oacuteveis rurais com d&iacutevidas &agrave Uni&atildeo de mais de 50 milh&otildees de reais cada, aproximadamente 200 bilh&otildees de reais. Esse grupo, segundo a pesquisa, tem propriedades de &aacuterea suficiente para assentar quase 215.000 fam&iacutelias, quase duas vezes o n&uacutemero de fam&iacutelias que est&atildeo acampadas hoje no Brasil esperando por reforma agr&aacuteria.

(Com Ag&ecircncia Brasil)Veja.Com

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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